quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

SONHO


Momento encantado em minha vida,
que mudou a distância das estrelas,
e fez o mar tornar-se musical.
A estrada íngreme, então, se fez florida!
As emoções, voltaram! E ao reavê-las,
senti-me acima do bem e do mal!

Meu coração abriu-se docemente!...
Respiro agora, o cheiro do prazer
a inebriar, qual primavera em flor...
com a alma, outra vez, adolescente,
sinto o amor em meu corpo, florescer...
e me entrego ao sonho encantador!

Que sonho é este, que me surpreende...
que me faz tão pequena e tão gigante...
contraditória, pois... começo e fim!...
Que sentimento, é este, que me rende...
que me seduz, fremente e excitante...
que sonho é este, que me deixa assim?

Rompendo nuvens, descobrindo espaços...
singrando estradas, antes, intocadas...
momento lindo!... Doce apoteose!
Mudando arestas, desatando laços...
de repente, emoções inusitadas...
e no meu peito, esta metaformose!

Qual cachoeira em louca agitação,
o som das águas, ecoando forte...
a alma livre... o coração em festa!
Na plenitude da excitação,
indiferente à dor, à própria sorte,
felicidade, enfim, se manifesta!

O que fazer com tanta inquietude!...
Com esta febre que me atordoa...
que me enlouquece, e me embarga a voz?
Venci o tédio. As emoções, não pude!
Sonho acordada com a hora boa
em que o amor faz um sinal p'ra nós!

Tudo acontece! O céu se multiplica!
São tantos sóis, e também, tantas luas,
que as estrelas, luzem, divididas!
A paz que vem depois, ninguém explica!...
Um suave perfume invade as ruas!...
As flores, resplandecem, coloridas!

Um grande amor, sonhei! E por encanto,
o fascinante elã da natureza
absorveu meu sonho embriagador!...
E agora, que amo tanto, tanto...
só desejo entregar-me à correnteza
que me conduz ao porto desse amor!

Eu nunca mais hei de amar tão forte,
sentindo n'alma, o impulso benfazejo
da emoção, do sonho, e do prazer!...
Quero viver assim, até a morte...
quero morrer, sentindo este desejo...
e no mesmo desejo, renascer!

Meu coração, feliz, embevecido,
ouve a canção perene de ternura,
entre os encantos que o amor encerra.
E nos andaimes do desconhecido,
o sentimento explode com loucura...
o paraíso habita céu e terra!

Na vibração sem par, da fantasia,
tudo é magia... tudo é esperança...
meu pensamento, voa como quer!
O mar que chora, é pura sinfonia!
Nos arroubos do sonho, sou criança!...
Nos delírios do amor, eu sou mulher!

(Dilma Damasceno)

06/01/2007

IMAGEM DE TERNURA


“Querida. Colhi agora esta rosa e fotografei na Webcam.
Estou enviando com muito carinho. Beijos, Gilberto”

(GILBERTO ARAÚJO - Advogado, Jornalista, Escritor, e Poeta)




A simples rosa que vejo
na palma de sua mão,
é como se fosse um beijo,
fluindo do coração!

A figura dessa rosa,
transbordante de beleza,
vista na mão carinhosa,
é um culto à natureza!

Tanta originalidade,
não sei como definir!...
A emoção que me invade,
confesso: só sei sentir!

E sinto a brisa do amor,
a soprar, serena e doce!...
Suave, como se fosse
um beijo de beija-flor!

Quem dera, o meu coração
pudesse viver assim:
Entregue à doce emoção
dessa ternura sem fim!...

Aos apelos da ternura,
meu coração, não resiste!...
Poeta de alma pura,
que bom, que "Você", existe!

(Dilma Damasceno)
Agosto de 2005

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

MOMENTOS NOSSOS



... Que sejam muitos, e eternos,
os momentos de carinho!...
Sem o frio dos invernos...
sem ares de desalinho!
E de ternura, em ternura,
que o sentimento indolor,
transcenda, em essência pura!...
E se eternize, em amor!

(Dilma Damasceno)

PARADOXO


“Tu és flor; as tuas pétalas, orvalho lúbrico molha;
Eu sou flor que se desfolha no verde chão do jardim.
Tem por moda agora os líricos versos fazer neste estilo...
– Tu és isto, eu sou aquilo; Tu és assado, eu assim...”
(ARTUR AZEVEDO)


No espaço azul, tu és o sol. Eu sou a lua.
Tantas vezes cruzamos vida afora!...
Quando passas por mim, me deixas nua.
E tão logo me invades, vais embora!

Na terra branca, tu és fogo. Eu sou água.
Ao me aqueceres, vibro de paixão.
Mal me tocas, meu coração deságua,
e submerge em louco turbilhão!

Na paixão, tu és força dominante.
Não sei conter a minha alma insana!
No amor, és amado. Eu, sou amante.
Tens raízes, na vida. Eu, sou cigana!

Mesmo assim, vez em quando, colidimos,
em represália às leis, e ao reclamo.
Do caminho traçado, então, saímos!...
És macho. Sou fêmea. Tu me amas! Eu te amo!

(Dilma Damasceno)

À DERIVA



Queres saber quem eu sou?
- Pois bem... posso responder:
Eu sou um animalzinho
Que quando entra no cio,
tem raiva, porque entrou;
tem vontade de morrer...
pois soluça, encolhidinho,
num leito grande e vazio!

Queres saber o que penso
do amor tão desejado?
- O amor é um bichinho
envolvente e tentador!...
Às vezes, parece imenso,
plenamente, acreditado!...
Às vezes, pequenininho,
cruel e enganador!

Queres saber os desejos
que abrigo no coração?
- Eu gostaria de ter
um pedacinho de mar...
Amor, esperança, beijos,
ternura, sonho, ilusão...
P’ra finalmente, viver
a doce glória de amar!

Queres saber onde irei
Com minhas aspirações?
- Vou trilhar outros caminhos;
navegar em novos mares...
Sonhar o que não sonhei...
Redescobrir emoções!
Travestir-me de carinhos,
para ocultar os pesares!

Se ainda queres saber
Como estão meus sentimentos,
nem sei se devo falar
da mágoa que me devora...
Por que me fazes sofrer,
içando velas aos ventos
no corpo azul desse mar,
enquanto minh’alma chora?

Para um lugar encantado,
eu me deixo conduzir...
Onde o sonho inusitado,
tudo pode permitir!
Descubro lindos espaços...
Esqueço dor e saudade!
E quando fico em seus braços,
conheço a felicidade!

Vou me deixando levar
na esperança de um dia,
meu coração, acalmar...
domar, minh’alma arredia!
Porém, meu corpo, fremente,
não sei se vai sossegar...
pois sempre irá desejar
o amor, doce e ardente!

Assim... à mercê da sorte,
Abraço esse “rio” azul...
Teu mar, é do lado Norte!
O meu, é do lado Sul!
Mas, apesar dos extremos,
curtimos a mesma lua!...
E nos desejos que temos...
somos um!... És meu! Sou tua!

(Dilma Damasceno)
13/01/2007

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

ERA UMA VEZ... UMA FLOR!...


A flor diz: "Olho sempre para cima,
a fim de ver a luz e não a minha sombra."
Este é um aspecto da sabedoria
que o homem ainda não aprendeu.
(Gibran Khalil Gibran)


Nascida na aspereza!...
Extremamente indefesa!...
De destino enganador!...
Sem horizonte, sem norte,
entregue ao sonho e à sorte,
era uma vez, uma flor!

As flores, nascem e crescem
entre sonhos que florescem
no campo do sentimento.
Mas, uma simples florzinha,
nada consegue sozinha,
à mercê do desalento.

Os pirilampos desfilam
Sob estrelas que cintilam
no azul do infinito!
Uma florzinha tristonha,
solitária, dorme e sonha
que o amor é bonito!

Colibris e borboletas,
fazem loucas piruetas
sobre os campos e quintais!...
No céu, no ar, e na terra,
a natureza descerra
encantos angelicais!...

E a florzinha lendária,
cada vez mais, solitária,
com o semblante tristonho,
vai seguindo lentamente,
esperando inutilmente
viver seu sonhado sonho!

Que vontade de chorar,
fugir, correr e gritar,
botar p'ra fora o ciúme
por ser tão ignorada,
traída e abandonada,
perdendo assim, o perfume!

No teatro da ilusão,
a flor faz, com emoção,
o papel da esperança!...
Criatura reprimida,
no palco triste da vida,
brincando de ser criança!

Corre a vida. O tempo urge.
A frágil flor se insurge,
mas nada pode fazer!...
Já quase despetalada,
permanece relegada,
sentenciada a sofrer!

Sofre, sofre, intensamente.
Luta corajosamente,
arriscando tudo ou nada.
Mas, no fundo, algo lhe diz
que nunca será feliz,
e muito menos, amada!

Ainda assim, ela insiste.
Ao sofrimento, resiste,
vivendo de "faz de conta".
FAZ DE CONTA que a dor
cedeu lugar ao amor,
e linda aurora, desponta!

Amores, risos, desejos,
carícias, abraços, beijos,
concerto de liberdade,
fazem a florzinha sonhar,
e novamente, esperar
o sol da felicidade!

Espera! Penosa espera!
Infância sem primavera!...
Juventude sem amor!...
No anonimato do mundo,
morrendo a cada segundo,
era uma vez, uma flor!

Era uma vez, uma flor
de destino conflitante!...
Impetuosa e sofrida!
Era uma vez, o amor!...
Solitário navegante,
no oceano da vida!

Era uma vez, uma flor
de coração sonhador!...
Carente e amargurada!...
Ardente, misteriosa,
mal amada e amorosa!...
Uma florzinha de nada!

Uma florzinha pequena,
chorona, qual "Madalena"!...
Orvalhada pela dor!
Na vastidão do deserto,
trilhando um caminho incerto,
era uma vez, uma flor!

Era uma vez, uma flor
que se despediu do amor
no auge da mocidade!...
(Sem horizonte, sem norte,
entregue ao sonho e à sorte),
seu nome agora, é "Saudade"!

Seu nome agora, é "Saudade"!...
Sombra de felicidade,
no infinito, sem cor!
Vítima do esquecimento!...
Sinônimo de sofrimento,
era uma vez, uma flor!

Era uma vez, uma flor
apaixonada, vibrante!...
Estranhamente, arredia!
Sua alma de condor
voou para bem distante,
nas asas da poesia!

Partiu tristonha e sozinha,
travestida de andorinha,
a procura de verão.
No céu do seu infinito,
o sol, outrora, bonito,
passeia sem direção.

As garras da solidão
ferem alma e coração!...
Estraçalham sonho e paz!
O sol, festivo e candente,
vai seguindo indiferente
às marcas que o tempo faz!

Na solidão que lhe resta,
a florzinha manifesta
a sua dor pertinaz!
(Amores, risos, desejos,
carícias, abraços, beijos),
são quimeras!... Nada mais!

Adeus aos ternos anseios,
às paixões, aos devaneios,
aos arroubos do amor!...
Agora, já nada importa.
A esperança, está morta!
ERA UMA VEZ, UMA FLOR!

(Dilma Damasceno)

domingo, 25 de fevereiro de 2007

"MEUS BONS JOSÉS"...

Esta, é a casa onde cresci.
Fica na Rua Professor Viana, nº 879,
no Bairro da Paraíba, em Caicó,
Estado do Rio Grande do Norte.
No portão, os "meus bons Josés":
José Cunegundes Damasceno, meu Pai...
conhecido por “Zé Faustino”...
E José Cunegundes Damasceno Filho, meu irmão,
que a maioria das pessoas conhece por “Damasceno”,
e que chamo de “Zeca”... mas que, em Caicó,
é conhecido por “Zequinha de Zé Faustino”!
É maravilhoso ver "meus bons Josés", assim, juntinhos!...
É como se o tempo não tivesse passado!
E neste momento, tocada pela emoção e pelo saudosismo,
ofereço ao meu Pai e ao meu Irmão,
uns versinhos que escrevi com carinho e reconhecimento:




Meu Pai é sinônimo de bondade...
É amigo, sincero, e natural.
Sinto por Ele, imensa amizade,
além do sentimento filial!


Eu me orgulho de ser sua filha!
O meu Pai, em valor, se sobressai!...
E ao rezar, louvo a Deus, a maravilha
de poder pedir ainda: Bênção, Pai!


Zeloso e leal, “Zequinha”, é!...
E dono de enorme coração!
Companheiro ideal, digno de fé.
Admiro demais, o meu irmão!


(Dilma Damasceno)

domingo, 18 de fevereiro de 2007

UM CULTO À SAGI! (Praia do Rio Grande do Norte)



Não há limite para a aventura do homem...
Quando Colombo encontrou o caminho do novo Continente,
não foi apenas pelos ventos e as águas do Atlântico que ele navegou,
mas pelos ventos e as águas das aspirações de sua alma.
(EMANUEL SWEDENBORG)




Sagi! Princesa Sagi!
Quando pisei teu rincão,
apaixonei-me por ti,
com toda minha paixão!

Quando fui te descobrindo,
minh'alma, se enterneceu...
És o presente mais lindo
que a natureza me deu!

Em tuas águas morenas,
meu coração, mergulhei.
Esqueci dores e penas,
na hora que te encontrei!

Uma beleza infinita,
reina em teu solo, Sagi!
És a praia mais bonita,
das praias que conheci!

Em teu colo, sou criança
a desbravar desafios...
Mistura de esperança,
céu e mar. Matas e rios!

Meu coração sertanejo,
conservador assumido,
ao receber o teu beijo,
quase mudou de partido!

Sem forças p'ra resistir,
minha alma, simplesmente,
tornou-se agreste, ao sentir
o teu perfume envolvente!

Ao ver-te a primeira vez,
tão bela e aconchegante...
Esqueci a sensatez...
Amei-te no mesmo instante!

Qual paraíso encantado,
teu mar, é fonte de harpejos!
Ai, Sagi! És o pecado
que faltava em meus desejos!

Em tua orla de giz,
coração... Bate ligeiro!
Junto a ti, sou mais feliz!
Adoro sentir teu cheiro!...

Cheiro de resina doce...
Suave... Embriagador...
Gostoso, como se fosse
o doce cheiro do amor!

Cada dia, és mais formosa!
Cada vez mais, te venero!
És flor, canção, verso e prosa...
Só eu sei, quanto te quero!

Antes de te conhecer,
andei por muitos recantos...
E agora... Não sei viver
distante dos teus encantos!

A dança dos teus nativos,
merece admiração...
Teus costumes primitivos
flecharam meu coração!

Dentre os lírios verdejantes,
és o mais formoso lírio!
Ninho ideal para amantes...
Um verdadeiro delírio!...

Delírio que me atordoa...
Que aumenta o meu desejo
por esta coisa tão boa,
que sinto quanto te vejo!

Nas noites de lua cheia,
és tão plena de candura,
que teu fascínio, semeia
sentimentos de ternura!

Deus te fez assim, tão bela...
Tão cheia de fantasia...
P'ra ser eterna aquarela...
P'ra cultivar poesia!

Eu que sempre desejei
um amor "inusitado"...
Ao ver-te, realizei
o meu sonho mais sonhado!

E assim, sob à luz divina,
à ti, eu vou me entregando...
Teu mistério me fascina!
Hei de morrer te amando!

(Dilma Damasceno)

Baía Formosa/RN - "Sagi" - 20/06/1994

TAL E QUAL



Pinta-me, como sou: Ligeiramente louca!...
Mas, não esqueças de delinear
um amargo sorriso em minha boca!


O meu olhar, bem sabes, é tristonho!
Mesmo assim, não te omitas em traçar
na minha face, a expressão do sonho!


Fotografa-me, pois, sem alvoroço!
Quero ser copiada, fielmente.
Sem qualquer artifício. Em carne e osso!


Não sejas pródigo ao pintar-me o rosto.
Em meu semblante, tornes transparente
a marca do prazer; e o traço do desgosto!


Se me retratas como "borboleta",
devo avisar-te: Sou inconseqüente.
Meu coração, tem porta e maçaneta!


Mas, se queres entrar, - A casa é tua!
Pinta-me, então, apaixonadamente!...
Tal qual eu sou: Mulher! Vestida... Ou nua!


(Dilma Damasceno)