Certa manhã invernosa,
escutei a voz do vento
improvisando um lamento!…
Emocionada, e saudosa,
“fiz de conta” que ouvia
uma amorosa cantiga
de ninar, à moda antiga!
Quem sabe, uma cotovia,
- do outro lado do mar -,
naquele exato momento,
captou meu sentimento,
igualzinho ao meu pensar!...
Pois, senti meu coração
embalado pelo tom
de um pulsar terno e bom,
em completa interação
com o amor verdadeiro!
… Romantismo e fantasia,
brotavam na poesia
de um Vate-Violeiro,
“conversando com as águas”!…
E, na "Lagoa do Lima",
o ponto alto da rima
revelou-se um “mar de fráguas”!
... Ao repicar da viola,
fluíram lindas canções
plenas de recordações!…
Como quem pede uma esmola,
minha alma itinerante,
solitária, e suplicante,
pediu ao lírico Poeta,
uma canção de saudade,
lembrando a felicidade!...
Ele, com ar de Profeta,
fez um sinal, concordando.
Então, com voz retumbante,
lembrou um jardim distante!…
E, “agora”… estou chorando!
(Dilma Damasceno)
Natal/RN-Nordeste-Brasil, em 25 de Dezembro de 2011