SENTIMENTO MATERNAL
À luz da recordação,
Vejo o meu filho, criança,
com olhar de confiança,
segurando a minha mão...
rumando ao Pré-Escolar,
de nome: "Casa Jardim"!
... E toma conta de mim,
uma emoção sem par!
No lastro da evocação,
fala mais alto, a estima!...
E aqui, peço permissão
para uns registros, sem rima:
... Do nosso Apartamento até o Educandário "Casa Jardim",
a distância é pequena, e então, fomos caminhando,
parando aqui e ali, desfrutando dos primeiros raios de sol!
Allan sempre gostou de flores azuis e lilazes...
Havia no pátio do Edifício de nossa morada, um canteiro
de plantas, contendo "bom-dia" (as rosas são brancas),
e outro, contendo "boa-noite" (as rosas são lilazes)...
que sempre gostei de cultivar!...
Allan levava alguns galhinhos de "boa noite" que havia colhido.
Ao chegarmos à Casa Jardim, fomos encaminhados à Diretoria,
e recebidos pela Proprietária e Diretora, Margarida Hollanda.
E então, o meu menino, com os olhos brilhando de satisfação,
estendeu a mãozinha gorducha, e disse:
"muito prazer... meu nome é Allan com dois éles"...
A Diretora, abrindo um largo sorriso, respondeu:
"Igualmente, Allan com dois éles!...
Eu me chamo Margarida Hollanda...
e Hollanda, também com dois éles".
Todos rimos...
e Allan, de forma bastante espontânea,
ofertou as rosinhas à Margarida Hollanda,
que mostrou-se bastante sensibilizada.
E foi assim,
Passo a registrar outro episódio de genuinidade:
Sempre gostei de caminhar, curtindo a paisagem.
Numa noite de lua cheia, por volta das 20:00 horas,
eu e Allan nos dirigíamos ao Supermercado Nordestão,
que fica bem pertinho do nosso Apartamento...
A noite estava clara, o céu muito limpo e estrelado,
e Allan andava, e parava...
A lista começava com "chocolate baton"... que, diariamente,
quando eu saía para o trabalho,
da janela do Apartamento, Ele acenava para mim, e pedia:
"mamãe, se lembre de não esquecer, viu?"
olhou para o céu, e apertando mais ainda a minha mão,
"Mamãe, olhe como a lua está bonitinha!...
parece uma princesa... toda vestidinha de amarelo!"
Outra vez - era Domingo - fazia um calor enorme,
e saímos para dar uma volta na praia, e tomar sorvete...
em seguida, deixei o automóvel no estacionamento da sorveteria,
e fomos caminhar um pouco pela Avenida Marechal Deodoro,
na altura do Centro da Cidade Alta...
quando passávamos em frente à Catedral,
Allan olhou admirado para a cobertura, e disse:
"Mamãe, olhe o escorrego do gigante"!
E para completar,
registro mais uma das proezas do meu Allan criança:
Estávamos em Caicó, minha cidade de origem.
Era Sábado, dia da Feira.
Eu, Allan, e Edilza (minha irmã), fomos fazer compras.
Andamos muito... a temperatura estava em quase 40 graus,
e tomamos bastante líquido:
e antes de terminarmos de comprar tudo que desejávamos,
Allan começou a choramingar, pedindo para ir para casa,
pois queria tomar um banho.
Retornamos, todos cansados e cheios de calor...
e fomos cuidar do almoço.
Allan se mostrava impaciente, e não tirava os olhos
e então, com o semblante bastante engraçado,
"Tia Edilzinha, aquelas bananas estão rindo pra mim"!
A Tia começou a rir, e perguntou se Ele queria uma...
Ele aceitou rapidamente...
disse que as bananas continuavam rindo...
e a Tia falou que enquanto as bananas estivessem rindo,
Ele podia continuar comendo.
e só então, as bananas deixaram de rir!
Que bananas, riam, eu juro que não sabia!...
O que sei, é que a andança na feira, foi tanta...
que perdemos a noção do tempo...
e o "meu menino" chegou em casa,
Acontece, que na feira de Caicó,
quanto mais a gente anda, mais vontade tem!
O que acabei de relatar, me enche de saudade,
Era muito bom observar as brincadeiras de Allan,
vestido de Superman e de Homem Aranha...
Gostava de brincar de Pirata, não perdia os SuperAmigos,
curtia imensamente, He-man, o Incrível Hulk, Batman e Robin,
etc... etc... etc...
Na minha "selva",
os ditados populares são fortemente, considerados.
Há um deles, que diz:
"Quem a boca do meu filho beija, meu bico adoça."
Eu, como "cabra da peste" autêntica, que sou,
sempre defendi minhas convicções, com unhas e dentes.
Valorizo "usos e costumes"...
e no tocante ao sentimento, sou bastante resolvida.
Gosto de tratar bem os filhos dos outros... e naturalmente,
gosto que tratem bem o meu filho.
Portanto, em relação ao ditado supramencionado,
eis como sinto:
Quem agrada o meu filho, me agrada;
e quem não gosta do meu filho, também não gosta de mim!
... Voltando ao momento em que pedi permissão
para intercalar esta prosa...
para não abusar da permissão solicitada,
muito embora, neste momento, a inspiração procure escapar,
Assim, antes que fuja de vez, aproveito para concluir:
... E me sinto comovida,
pois tudo isso envolveu
um período de promessa,
no qual me absorvi!
Mas na "Folhinha da Vida",
o tempo passou depressa!
O "meu menino", cresceu!...
E eu, - amadureci!
Peço ao Pai Universal,
que proteja o "meu menino"!
Que cuide do seu destino!...
E o defenda do mal!
E então, digo ao meu Filho:
em qualquer das estações,
seja outono... primavera...
seja verão... ou inverno...
eu absorvo o seu brilho!
Sempre, em minhas orações
de forma pura e sincera,
rezo por quem o apoia!...
Vejo em Você, uma jóia
que Deus me deu de presente!
E sabe "aquele caderno",
onde escrevo com fervor,
o que meu coração, sente?!...
Na página "seção fraterna",
consta em linguagem materna:
ALLAN, MEU ETERNO AMOR!
Hoje, termina "maio",
mês de Maria...
mês das Flores...
mês das Mães!
Se hoje eu estivesse em Natal-RN,
teria convidado Allan para um almoço especial
no lugar que aquece a minha alma:
"Recanto Caboclo"!
Como me encontro em outro Continente,
concentro o meu desejo,
que encerro com uma foto que simboliza
a dádiva que é em minha vida, ser mãe de Allan: