terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

À DERIVA



Queres saber quem eu sou?
- Pois bem... posso responder:
Eu sou um animalzinho
Que quando entra no cio,
tem raiva, porque entrou;
tem vontade de morrer...
pois soluça, encolhidinho,
num leito grande e vazio!

Queres saber o que penso
do amor tão desejado?
- O amor é um bichinho
envolvente e tentador!...
Às vezes, parece imenso,
plenamente, acreditado!...
Às vezes, pequenininho,
cruel e enganador!

Queres saber os desejos
que abrigo no coração?
- Eu gostaria de ter
um pedacinho de mar...
Amor, esperança, beijos,
ternura, sonho, ilusão...
P’ra finalmente, viver
a doce glória de amar!

Queres saber onde irei
Com minhas aspirações?
- Vou trilhar outros caminhos;
navegar em novos mares...
Sonhar o que não sonhei...
Redescobrir emoções!
Travestir-me de carinhos,
para ocultar os pesares!

Se ainda queres saber
Como estão meus sentimentos,
nem sei se devo falar
da mágoa que me devora...
Por que me fazes sofrer,
içando velas aos ventos
no corpo azul desse mar,
enquanto minh’alma chora?

Para um lugar encantado,
eu me deixo conduzir...
Onde o sonho inusitado,
tudo pode permitir!
Descubro lindos espaços...
Esqueço dor e saudade!
E quando fico em seus braços,
conheço a felicidade!

Vou me deixando levar
na esperança de um dia,
meu coração, acalmar...
domar, minh’alma arredia!
Porém, meu corpo, fremente,
não sei se vai sossegar...
pois sempre irá desejar
o amor, doce e ardente!

Assim... à mercê da sorte,
Abraço esse “rio” azul...
Teu mar, é do lado Norte!
O meu, é do lado Sul!
Mas, apesar dos extremos,
curtimos a mesma lua!...
E nos desejos que temos...
somos um!... És meu! Sou tua!

(Dilma Damasceno)
13/01/2007

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