segunda-feira, 22 de outubro de 2007

MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - XI



EPÍLOGO


Deixei de ser a menina que sonhava
"sonhos cor de rosa",
de forma inconsciente!...

Deixei também,
de ser a adolescente que sonhava
"sonhos cor de rosa",
de forma despreparada...

Sem perceber,
passei a ser a mulher que sonha
"sonhos cor de rosa",
de forma madura, humana e apaixonada!

Não,
com uma pureza menor que a dos tempos
de menina!...

Não,
com uma esperança menor que a dos tempos
de adolescente!...

Mas,
com uma pureza e uma esperança,
de quem muito já sofreu e lutou nesta vida!...

Com uma força e uma paixão,
muito maiores...
pois que os sonhos foram cultivados
e amadurecidos!...

Sonhos
que foram interrompidos nos verdes anos,
deixando a alma e o coração, sedentos de ternura!...

Sonhos de uma safra distante...

que o tempo encarregou-se de curtir e de adoçar
o sabor...

e, que poderiam ser retomados com maior encanto...

com maior entusiasmo...

com maior doçura!

Sonhos,
que seria maravilhoso dividir com o
"
amor verdadeiro"...

pelo resto da minha vida!


(Dilma Damasceno)

Um comentário:

Anônimo disse...

Quantas vezes se me esgotam as palavras
no reservatório onde penso que as guardo
nos momentos de deslumbramento genuíno
perante a saga que foi essa batalha contra o destino.

Quantas vezes como a de agora
em que me socorro da nascente cálida
do meu lençol de fluidos subterrâneo
que se cruza com a chaminé de lava
do vulcão em constante erupção
neste profundo oceano de água fria
onde navego, solitário, dia após dia.

Que será de mim, pequeno pássaro azul,
aspirante a escriba de mim mesmo
sem as palavras que te quero deixar
como um afago, um cantar embevecido,
pela grandeza do teu ser no teu tempo sofrido.

Apelo à inspiração do fundo,
aquela que se revela quando quer,
que excepcionalmente nesta hora
me socorra, porque cá dentro dói e chora
um adulto com vontade de voltar a nascer,
ou se isso for pedir muito, deixar fluir os dias
e ao teu lado um dia morrer.

Joaquim Marques