EM "CARTA ABERTA", EU ME RETRATO...
CARTA ABERTA AO POETA
POR QUEM CHOREI, EQUIVOCADAMENTE!
Hoje, é para retratar-me...
para pedir desculpas...
para penitenciar-me pelo meu equívoco,
em relação ao amor!
que fiquei na clausura...
e no casulo...
foi tanto tempo que passei em completo estado de hibernação...
que confundi tudo!...
a minha sede de carinho, a minha fome de doçura...
os longos anos que passei dormindo...
que enferrujaram o meu discernimento,
embaralhando os meus sentimentos,
e me levando a superestimar emoções e desejos...
quando o meu coração viu-se fora da toca
em que se encontrava...
fostes a primeira pessoa a me dizer coisas bonitas...
a falar de sonhos... a afagar o meu ego!...
porque mesmo eu já sendo uma mulher madura...
o meu espírito continuava criança...
ávido por atenções e agrados!
foi assim que me envolvi emocionalmente,
e cometi o equívoco de pensar que era amor,
o que sentia por Ti!...
“isso”, eu admito.
Porque, inegavelmente,
és culto, sábio, talentoso, envolvente...
e porque, indubitavelmente, és um Poeta Admirável!
e te peço perdão por haver me enganado!
e depois de ter ouvido uma voz profundamente lúcida e pura...
que me explicou de forma detalhada, generosa, e funda,
como são as relações, verdadeiramente, sensuais!...
E como não devem ser os envolvimentos virtuais,
entre seres de sexo oposto!
Foi só então, que me dei conta,
do quanto havia acordado ingênua,
na esfera sensual...
nunca sentistes o desejo de ouvir a minha voz...
e durante 6 (seis) meses de interação virtual,
nunca me convidastes
para conversar em nenhum site de relacionamentos...
conheço a tua voz,
através das poesias que declamas para a Net inteira...
não, porque tivestes declamado, para mim!...
como fui tão cega...
tão alheia...
tão desatenta?
Como pude sentir-me envolvida,
vivenciando uma interação alimentada apenas,
por e-mails?
para só então,
compreender a extensão da minha ingenuidade!
Só eu mesma,
com a minha alma demasiadamente crédula,
e literalmente, natural...
para imaginar que existia amor entre nós!
o que existiu,
foi uma envolvente e efêmera ilusão...
uma grande, e dorida ilusão!
Felizmente, passou!...
Sim, eu te esqueci!
Agora, o meu coração está em paz!
(Dilma Damasceno)
Natal/RN, 23 Outubro de 2007
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