segunda-feira, 22 de outubro de 2007

MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - VI




“REDESCOBRINDO A LIBERDADE”


Nunca tive um namorado real, na acepção da palavra!

Acho, que estava certo o meu cunhado “Prêntice”,
maestro (casado com minha irmã caçula), quando
numa tarde em que nos reuníamos: Eu, minha irmã, e Ele...
evocando a música “Garota Solitária”,
interpretada por Ângela Maria, pronunciou-se:

"Você tem o destino da lua...
a todos, encanta... e, não é de ninguém"!


Nos últimos 18 (dezoito) anos, tive alegrias e tristezas...
vitórias e fracassos... lucros e perdas!

Após desligar-me “de fato”, do pai de Allan,
optei por ficar sozinha!...
Não, por falta de pretendentes, pois em verdade,
surgiram alguns interessados.
Simplesmente, não me dispus a aceitar nenhum!

Em 1990, 2 (dois) anos depois de separada,
um cidadão que me conhecera quando eu era adolescente,
tomou conhecimento de que eu me encontrava sozinha, e veio me procurar...
na oportunidade, relatou que sempre esteve acompanhando a minha vida,
de longe... e que sempre tivera admiração por mim...
e que gostaria de conhecer-me melhor... etc..., etc..., etc...

Esclareci que havia me separado do pai de Allan, porque,
finalmente percebera que o meu “casamento”, tinha sido um grande erro...
mas não me sentia preparada para um novo relacionamento, pois em verdade,
naquele momento, eu desejava ficar apenas comigo mesma...
eu queria rever meus sentimentos, repensar meus valores,
resgatar os meus sonhos e desejos da adolescência!
A minha liberdade, eu preferia, voltada para o sentido de tomar
as minhas próprias decisões!

Ele ainda argumentou, insistiu, mas não me senti motivada!
E da mesma forma, como tentou reaproximar-se, afastou-se.
Nunca mais, soube Dele... espero que esteja bem!

O mais interessante, é que no momento de separar-me
do Pai de Allan, eu não me preocupei com o motivo principal
que motivara o nosso relacionamento!

E de repente, lá estava eu, novamente exposta à cobiça de alguns homens
que não sabem ver uma mulher sozinha!

Fiquei um certo tempo, procurando formas de evitar algumas aproximações
que ocorriam constantemente, por força do meu trabalho e das funções
que ocupava (consideradas importantes),
e ocasionavam contatos com empresários, políticos, e executivos...
todos, de grande influência no campo econômico-social!

Só que, já formada em Direito, e ansiosa para exercitar
minhas próprias decisões, encarei o fato de ser uma mulher literalmente só,
como mais um desafio que deveria enfrentar e resolver!
Era como se estivesse retomando as armas... mas, de forma paciente e centrada!

A principal decisão, era: nada de relacionamento real... concreto!...
Mas, precisava... e como precisava, viver uma situação de utopia!...
Seria algo que alimentaria o meu cerne... aqueceria o meu coração...
embalaria a minha alma... enquanto não encontrasse o meu verdadeiro caminho!

Foi então, que tive um comportamento absurdo:
imaginei-me casada” com um ser como eu sempre sonhara encontrar...
Eu não me importava que Ele não fosse de carne e osso...
Eu tinha sido tão podada, tão negligenciada, tão preterida, tão enganada,
durante o relacionamento com um ser de carne e osso,
que eu não queria pensar em presença física!...
Naquele momento, eu me contentava em “fazer de conta” que a minha vida
era normal... e pensando assim, fiquei endeusando a minha fantasia...
e passei tanto tempo, entregue ao delírio da imaginação, que quando percebi
que não suportava mais viver, somente de sonho,
e que era hora de despedir-me daquele ciclo...
eu me senti “viúva”!

Eu sempre valorizei o sentimento da amizade pura e verdadeira!
Na COSERN, tive um amigo, que representou muito na minha vida profissional.
Ele sempre foi solidário comigo, sempre me ajudou a solucionar
embaraços e dificuldades no trabalho,
e sempre retribuí as atenções, com verdadeira amizade.

Em Março de 2000, o meu bom amigo, adoeceu, e os exames médicos
evidenciaram um CA de cabeça de pâncreas, em fase final.

Em poucos dias, Ele ingressou na esfera espiritual. Sua partida,
deixou uma grande saudade, pois foi um amigo fraterno e verdadeiro...
e declaradamente, torcia pela minha felicidade!

Como já mencionei na peça inicial, tenho poucos amigos.
Perder um amigo especial, dói demais!
Senti-me roubada e enfraquecida!

Misteriosamente, decorrido pouco tempo de sua partida,
tive um emocionante sonho com Ele, me dizendo que continuava
torcendo por mim, e que eu ainda seria muito feliz!

Mais reconfortada, resolvi fazer um balanço de minha vida...
e me assustei, quando percebi que terminara o meu relacionamento,
há 12 (doze) anos, e continuava sozinha!

Onde estaria o meu sonhado “príncipe encantado”?

Eu só desejava um relacionamento,
se fosse para viver o grande e verdadeiro amor...
e apesar de tanto tempo decorrido,
ninguém havia me despertado esse lindo sentimento...
e assim, a vida ia passando!

Liberdade para amar, eu tinha!
Mas, o amor, continuava sendo apenas um sonho!
Foi então que tive uma imagem precisa da minha realidade:

Não existia ninguém me esperando!

Eu poderia sair... fazer o que bem entendesse...
Voltar na hora que quisesse... e ninguém se importaria!...
Porque, simplesmente, eu não tinha para quem voltar!
A liberdade estava ao meu dispor...
e eu não sabia o que fazer com ela!

Lembro-me que em agosto de 2000, inexplicavelmente,
eu me sentia desejosa de aquietar o coração!
Mas como também me sentia “assustadoramente solitária”,
procurava driblar a solidão, da forma que mais me acalma:
lendo e escrevendo!

Foi então, que fui incentivada a me inscrever nos Sites:
AMIGOS VIRTUAIS, e COMOVAI.

Fiz a inscrição, desejando encontrar pessoas confiáveis e solidárias,
que tivessem afinidade comigo, objetivando a troca de conhecimentos
e de informações interessantes!

Tive sorte e encontrei pessoas especiais.
Como sempre fui bastante seletiva, tive apenas, dois correspondentes:

Em AMIGOS VIRTUAIS, um correspondente de Curitiba/PR,
que me encantou com mensagens bem escritas, respeitosas, e amáveis...
Foi uma agradável interação virtual... breve, porém, inesquecível!

No COMOVAI, no meio do oceano,
Um ser humano nota “mil”, com quem aprendi a “gostar
de forma singular e silenciosa, com imensurável carinho!

Como vêem, encontrar a alma gêmea, não acontece facilmente!
E eu que pensei que exercitar a “liberdade” na plenitude da expressão,
seria simples!

Mas, não será por isso que esquecerei os meus desejos!
Nesta ciranda, eu quero mais,
é ensaiar novos passos, em parceria com a esperança,
e em direção ao sonho!

Quem sabe, na próxima parada, não encontro o sonhado
amor, sublime amor”?!...


(Dilma Damasceno)

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