domingo, 18 de março de 2007

INDAGAÇÕES!...



Eu não entendo nada de comportamentos! "Acho", porém,
que as decepções, muitas vezes, deixam marcas profundas no ser humano!...

Podem ficar gravadas no coração... e podem deixar cicatrizes na alma!...
Mas, também, podem servir de referências... de aprendizado... de mudanças!
O momento que me encontro vivenciando, faz-me pensar no tempo
da adolescência... impregnado de fantasia e ansiedade!...
Era julho de 1963, quando, tocada pelo sentimento da nostalgia,
escrevi o meu primeiro soneto:



Por que a vida é tão cheia de espinhos...
E só tenho em meu céu, triste arrebol?
Por que já não escuto os passarinhos,
cantando alegres, nas manhãs de sol?


Por que não vejo mais os pirilampos,
reluzindo entre as flores perfumadas?
Por que não posso passear nos campos,
nem contemplar as noites estreladas?


Por que no peito, eu sinto esta amargura,
E mesmo nos momentos de ternura,
Chora e sofre, o meu alado coração?


Por que amargo esta angústia tão atroz...
Por que só da solidão, eu ouço a voz...
Por que outros são felizes, e eu, não?!...


(Dilma Damasceno)


Post Scriptum
Vivenciava o ciclo da candura... e como era muito nova,
e sem experiência poética, levei um bom tempo para montar o soneto “INDAGAÇÕES”...
pois, desejava ter certeza de que havia empregado algumas expressões,
de forma adequada, especialmente: “alado” e “arrebol” (risos).
Eu gostava imensamente de poesia, e lia bastante literatura de cordel.
Tinha senso de métrica, tinha facilidade de escrever, e já era bem exigente
com o que escrevia. Então, desmanchei os versos e os refiz, inúmeras vezes...
até o momento em que li e achei que era realmente
o que sentia e o que desejava dizer!...
E ainda sem entender os sentimentos do perdão, e, do pecado,
passei a sonhar com maior intensidade!

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