domingo, 18 de março de 2007

CHUVA E MEMÓRIAS



Duas coisas que não aprendi:
conviver com a ingratidão, e, dizer adeus!
Por mais que eu procure administrar as metamorfoses temporais,
ainda me surpreendo, pensando nos encantos e desencantos da vida!...
No meu caminho, o sentimento da desilusão, é dominante!...
Neste momento, então... não consigo evitar a melancolia!...
Talvez, porque, esteja chovendo lá fora...
e também, porque esteja chovendo em meu coração!



A chuva cai lentamente
sobre o chão acinzentado.
Sinto um desejo latente,
de recordar o passado:

Minha infância de pureza!...
O meu lindo gato, “China”.
As coisas da natureza,
que me tiveram “menina”!

A chuva cai docemente
e se espreguiça no chão.
Uma saudade dolente,
aperta o meu coração!...

Minha infância, longe, vai!...
Morreu, meu querido gato!
A lágrima, que agora, cai,
é de puro substrato!

A chuva cai, deslizando,
apaixonada!... Feliz!
E assim... vou recordando
os sonhos primaveris.

E a chuva, sem saber
da minha metamorfose,
cai gentilmente, a correr
em perfeita apoteose!

Meus olhos, enternecidos,
contemplam “visões reais”!...
Lembranças dos tempos idos!...
Memórias que a chuva traz!

Com graça e simplicidade,
a chuva cai, pura e mansa!...
Ai, meu Deus! Quanta saudade
dos meus tempos de criança!

(Dilma Damasceno)

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