domingo, 10 de fevereiro de 2013

PELAS ESTAÇÕES DO MEU SENTIR

 
 
 
(I – Estação do Encanto)
 
Oh Menestrel encantado:
encantastes meu passado
singelo, cândido, e puro!…
Deslumbrante e envolvente,
encantas o meu presente!...
Encantarás meu futuro,
além do viver terreno?!...
Meu “poeta passarinho”,
- encanto do meu caminho -,
o teu voejar sereno
é meu dulcíssimo afago!…
Fazes parte: do meu sonho…
dos poemas que componho…
e das promessas que pago!...
 
(II – Estação da Nostalgia)
 
Pena que o tempo é veloz…
porisso, o encantamento,
às vezes, é como o vento:
passa!… E no tocante a nós,
pode ser que também passe!…
Então, eu ouso pensar:
Ah, se o passado voltasse,
permitindo compensar
as omissões do amor!…
Meu coração, nunca mais
iria zarpar do cais
onde o sonho encantador
fluiu transbordante e terno,
pintando dias ditosos...
e recheando um caderno
de poemas amorosos!...
 
(III – Estação da Ternura)
 
Recordo a paixão intensa,
ao sabor da liberdade,
inspirando amor e crença,
ternura e felicidade!...
Duplo prazer... simplesmente,
como se o destino fosse
ungir a volúpia doce
nas finas dobras da mente,
sacramentando o enlevo,
a candura e o alento,
no altar do sentimento!
Não sei se devo, ou não devo
repensar planos e metas...
falar de conjecturas,
carências, promessas, juras,
e, de devoções secretas...
(o imprevisível destino,
girou, margeando encantos,
dogmas, e revelações!...
Para não perder o tino,
pedi proteção aos Santos,
e me curvei às Missões)!
 
(IV – Estação da Esperança)
 
Inspirações e desejos,
lamentos e emoções,
confundiram as estações,
desnorteando voejos,
e atropelando ilusões!...
Mas, felizmente, os harpejos
da esperança sem fim,
ressoam junto aos canteiros
do meu horto sem confim,
com toques alvissareiros
(incensados de jasmim)!...
E embora os nevoeiros
turvem o olhar da feição,
as mutações, eu bendigo!
Das duas, uma: ou sigo
no lastro da inspiração,
ou terei como castigo:
viver de recordação!...
 
(V – Estação da Lembrança)
 
Hoje, as “Missões” alimentam
quimeras e esperanças,
louvando lindas lembranças…
e os sentimentos fomentam
um entrelace distinto,
onde o ardor da volúpia
passeia um olhar de lúpia
na envolvência que sinto!
 
(VI – Estação do Aconchego)
 
Felizmente, em meu jardim
 tens um ninho vitalício;
és meu refúgio e meu vício…
o meu estro e meu festim!…
 
(VII – Estação do Amor)
 
Passarinho sedutor,
- portador da poesia,
do sonho, e da “estesia” -,
teu nome certo, é: amor!
 
(VIII – Estação do Acalento)
 
Até quando encantarás
o meu olhar que se espalma
no teu singelo universo?!...
Fostes, e “sempre serás
uma carícia em minh’alma”
(razão maior do meu verso)!
 
(IX – Estação do Desejo)
 
O meu cerne sonhador
move o “tear do engenho”…
e, ensaiando um desenho,
tece um final promissor,
que resta intuído assim:
voejas… mudas de ares...
rompes fronteiras e mares...
mas, sempre voltas p’ra mim!
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 10 de Fevereiro de 2013

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