sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

DESCREVENDO O MEU SERTÃO...





Tenho sangue bem “mestiço”!…
E, se existe “feitiço”,
o Sertão me enfeitiçou!...
Mas, quando falo em Sertão,
é do Sertão que ficou
gravado em meu coração!...


Sertão de sol causticante,
mas, de cheiro perfumado!…
Sertão duro e trepidante,
porém, de céu estrelado!...


Sertão forte e corajoso,
que alberga quente verão,
sem perder a floração!…
Sertão sofrido e tinhoso,
que apesar dos embaraços,
cria, e fortalece laços!…


Sertão, romântico Sertão,
que passeia de mãos dadas
com as noites orvalhadas,
sob a luz dos pirilampos
(que para mim, são estrelas!…
E como eu gosto de vê-las),
tomando conta do chão,
aguardando a alvorada,
- que ao cantar da passarada -,
vem tomar conta dos campos!


Sertão de exóticas flores!…
Que adora vestir as cores
do jardim da natureza!…
E veste o cactus que adorna
- com original beleza -,
a paisagem clara e morna!


Conheço bem o sabor
da fruta vermelha e doce,
que o cactus nos presenteia!...
E de “Sertão Sofredor”,
entendo, como se fosse
Sertanista de mão cheia!


Do Sertão, eu sinto o viço;
por isso, sou como sou.
… E se existe “feitiço”,
o Sertão me enfeitiçou!


(Dilma Damasceno)
Natal/RN-Nordeste-Brasil, em 18 de Dezembro de 2009

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