SABORES DO MEU SERTÃO...

Falar sobre a terra onde nascemos, é sempre emocionante!...

O sentimento, é ímpar...

o olhar, transcende...

as palavras, fluem do coração!
Quanto mais nos distanciamos fisicamente da nossa terra de origem,

mais nos sentimos ligados pelos laços sentimentais.
Foi vivenciando a distância física e saudosa do lugar onde nasceu,

que o extraordinário Poeta e Teatrólogo Gonçalves Dias,

brasileiro e nordestino,

filho de Pai Português e de Mãe Mestiça, escreveu a belíssima poesia intitulada “Canção do Exílio”, que inicia assim:

“Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá...”

Sempre que leio estes versos, sinto-me tocada por lembranças da

“Barra da Espingarda”,

onde o meu inesquecível e querido avô “Papai Quinca”

me levava a passear pelos campos, na garupa do cavalo!...
O “sertão sofredor” que fez parte da minha meninice,

era impregnado de lindas cercas de pedra que pareciam não ter fim!
E é com imensa satisfação que passo a registrar informações sobre Caicó...

lugar onde dei os primeiros passos...

onde aprendi as primeiras lições...

onde escrevi os primeiros versos!...

Vista de Caicó-RN

Localizada na Microrregião do Seridó Ocidental, e inserida na Mesoregião Central Potiguar, do Estado do Rio Grande do Norte, com uma extensão territorial de 1.220,4 km², Caicó é o sexto município do Estado, em termos de área.

Com aproximadamente 70 mil habitantes, é um dos cinco municípios mais importantes do Estado, nas áreas: econômica, social, e cultural.

É conhecida especialmente como centro algodoeiro e pecuarista.
Cidade líder da região do Seridó potiguar, Caicó é famosa pelos seus produtos regionais, pela sua indústria de bonés, e pelos seus bordados...

O Município de Caicó também ostenta fama no Setor da Gastronomia, podendo ser considerado um inesgotável celeiro de agradáveis sabores!... O queijo, a manteiga, os doces, os biscoitos, e a carne, são verdadeiras delícias!



No seu dicionário da língua Tupi-Guarani, Lemos Barbosa diz que a palavra Caicó pertence à língua Cariri e que significa Mato Ralo. Na verdade, a região era habitada pelos índios Caicós, da família dos Cariris. Sabe-se que os índios que habitavam o lugar, denominaram-no de "Macaco Esfolado" (Cai-icó) por causa dos serrotes cuja vegetação era desmatada.

Os fortes traços de influência européia da população caicoense fez com que os habitantes recebessem a alcunha de galegos, que era utilizada para designar as pessoas mais claras, oriundas majoritariamente do norte de Portugal e da fronteira Galega na Espanha.

Os primeiros colonizadores eram das terras portuguesas do vale do Minho, Açores, Estremadura, Douro, e Trás-os-Montes.

Basicamente, a população de Caicó apresenta três sobrenomes: “Araújo”, “Medeiros”, e “Dantas”.

Caicó é um dos principais destinos para o turismo religioso. A religiosidade do povo caicoense, é muito forte, e se manifesta com mais intensidade nos meses de julho e outubro. Para os Caicoenses, Maio é o mês de Maria, Junho é o mês de São João, e Julho é o mês de Sant'Ana, a Padroeira do município. Durante a semana da festa de Sant'Ana, a cidade duplica sua população, com a presença de pessoas de todos os lugares da região e do Estado, principalmente no dia 26 de Julho, por ocasião da Novena dedicada aos Peregrinos, conterrâneos que se deslocam de todas as partes do País para participarem da grande confraternização religiosa.


Vista aérea de Caicó-RN, imagem de Nossa Senhora Sant'Ana, e imagens da procissão, que a cada ano conta com um número maior de fiéis.

Arco do Triunfo, construído para comemorar a passagem de Nossa Senhora de Fátima, pelo Município.

Em Outubro, por ocasião da Festa do Rosário, a Irmandade dos Negros do Rosário, encanta a todos com os rituais de uma coreografia muito própria, utilizando lanças e danças tribais ao som de tambores seculares.

Imagens, mostrando a Igreja do Rosário; Nossa Senhora do Rosário; Negros do Rosário – Dança do Espontão, e Procissão de encerramento da bonita festa.


E como não poderia deixar de ser... em Caicó, existe um lindo castelo, idealizado e construído pelo Monsenhor Antenor Salvino de Araújo, que o destinou a ser casa de oração, de estudos, de recolhimento, retiro, meditações, descanso, fraternidade, etc...

Castelo de Engady

Durante algum tempo, o Castelo de Engady serviu de Sede para o Mosteiro das Clarissas.


O município caicoense possui vários açudes, sendo o Itans o mais importante, com capacidade para 81 milhões e 750 mil metros cúbicos de água.

Açude Itans, e ao fundo, a Serra de São Bernardo


Na Serra de São Bernardo, o Engenheiro e Empresário Vidalvo Costa, o atuante “Dadá”, produz a Cachaça “Samanaú”, que tem o nome original da bonita Serra – um dos cartões postais do Município de Caicó – apresentando pedras, naturalmente, listradas de preto.

Que “Dadá” tenha amplo êxito com o brilhante empreendimento!...
E que a cachaça samanaú atravesse todas as fronteiras!

Aproveito para registrar que sempre fui admiradora da família “Costa”...
e por que não dizer? - politicamente, eleitora fiel de Vivaldo!...
E enquanto eu votar em Natal/RN, nos pleitos eleitorais em que Vivaldo e/ou alguém de sua família estiver (em) concorrendo, pode (m) contar com o meu voto!

Cachaça Samanaú – Caicó/Rio Grande do Norte


Caicó tem importantes riquezas naturais espalhadas por todo o seu território, e numerosas formações rochosas que brincam com a imaginação do visitante. Fazem parte das atrações turísticas: rios, pedras, grutas, e serras, incluindo localidades onde são encontradas inscrições rupestres datadas de mais de dez mil anos.
O Sertão do Seridó estimula o prazer de descobrir a cultura e a alma sertanejas.
O cenário rústico do sertão encanta, já sabia Guimarães Rosa. “A beleza aqui é como se a gente a bebesse em copo, taça, longos, preciosos goles servida por Deus”, registrou o escritor em Grande Sertão: Veredas.


Algumas das imagens do meu Sertão, que gosto imensamente!

Cerca de Pedra, na localidade “Barra da Espingarda”, Município de Caicó-RN

A imagem bela e rústica, da Cerca de Pedra, pertence ao acervo do talentoso fotógrafo Hugo Macedo, a quem aproveito para agradecer por me haver permitido incluí-la nesta postagem.

Aproveito também a oportunidade, para recomendar aos leitores, o site: http://www.fotohugo.blogspot.com/
um espaço repleto de maravilhosas imagens!

E agora... que tal, o encerramento desta explanação, em versos?

No meu Sertão Genuíno,
a natureza solfeja...
e gentilmente, bafeja
os sonhos do peregrino
que não perde a confiança,
e escudado na Fé,
rende homenagem a Javé,
na Procissão da Esperança!

No "Tear da Tradição",
teci meu aprendizado!
… Sei de cor e salteado,
o bê-a-bá do Sertão!

Sertão, que heroicamente,
resiste aos momentos duros,
e oferta os frutos maduros
a quem cultiva a semente!

Sertão de muitos caminhos,
que parecem matizados...
suavemente, bordados
com rastros de passarinhos!

Sertão, que na incerteza,
sofre calado, e não chora!...
Que sente... reza... e decora
os “credos” da natureza!

… No Estado Potiguar,
resplandece, o Seridó!...
Como é gostoso, - em Caicó -,
ver o Itans, desaguar!

No meu Sertão abrasivo,
quando a chuva molha o chão,
também molha o coração
do Sertanejo Nativo!

E muito embora eu esteja
do outro lado do mar,
sinto o prazer de aclamar
a tradição sertaneja!

Da Terra Camoniana,
segue a minha saudação:
Salve, Salve, o meu Sertão!...
Viva Caicó de Sant'Ana!

(Dilma Damasceno)
Cascais-Portugal, em 09 de Maio de 2009