AÇORES

AÇORES, tens a moldura
do Atlântico gigantesco!…
És formoso e pitoresco!
Em tuas Ilhas, figura
a imagem da Poesia!…
Com beleza e distinção,
conquistas a afeição,
ao sabor da fantasia!...

 Revelas, de cena em cena,
uma esplêndida novena,
onde cada Ilha, é conta
de um simbólico Rosário…
e onde o imaginário,
paixões e credos, aponta!

Louvo aqui, os teus primores:
Primeiro, “Santa Maria”,
“Ilha Amarela” que brilha,
e os olhares, maravilha
com paisagens multicores
que parecem alegoria!

Em seguida, “São Miguel”,
a “Ilha Verde”, e vulcânica,
mostrando um belo conjunto
de memoráveis valores!…
Pensativa, eu me pergunto:
Será que a força oceânica,
- suprema e alvissareira -,
uniu-se ao esoterismo,
atraindo “Anauel ”
(Anjo-Arcanjo, do “meu Quim”),
para despertar amores
de sentimento sem fim…
e ao sabor do romantismo,
excitar, sobremaneira,
alma, corpo, e coração?!…
Ou será que a inspiração
filosófica e poética,
fluiu transcontinental,
jorrando na dialética
de “Antero de Quental”?

Com prazer, louvo “Terceira”,
a grande “Ilha Lilás”,
bonita e hospitaleira,
que mostra de canto a canto,
acolhedora atração…
e, de forma pertinaz
celebra com devoção,
o culto ao Espírito Santo!

Louvo agora, “Graciosa”,
a “Ilha Branca”, onde as velas
dos moinhos atraentes,
de maneira harmoniosa,
abraçam ventos fluentes
de ruralidades belas!…

 

E imagino que as cores

tornaram a atmosfera
perfumada e luminosa,
- com cheiro de primavera -,
quando recebestes “Flores”,
linda “Ilha Cor de Rosa”!

Faz-me bem imaginar

que o Pai Celestial
uniu o céu e o mar,
e nomeou alguns Santos
p’ra guarnecerem “Faial”,
“Ilha Azul”, cheia de encantos,
revelando transparências,
simplesmente, apaixonantes!…
Na paisagem genuína,
sebes de lindas hortências,
e uma atraente marina,
extasiam os visitantes!

Ouso crer que talismãs
impulsionaram a façanha
que deu origem ao primor:
 “São Jorge”, a “Ilha Castanha”,
guardada pelas fajãs!
(Aqui, eu rendo um louvor
ao meu Brasil Brasileiro,
e à influência Africana,
pela crença demonstrada…
pois, segundo a tradição,
- que tem força soberana -,
as manchas apresentadas
pela lua, representam
São Jorge, Santo Guerreiro,
com seu cavalo, e espada!…
Sou fiel à transmissão
dos costumes, das doutrinas,
e das lendas que fomentam
revelações genuínas
de imagens consagradas!)

Destaco a ampliação

das buscas; das descobertas;
de tantas portas abertas.
E tenho a satisfação
de louvar “Corvo”, “Ilha Preta”
(a menor dos teus domínios),
detentora de fascínios
dignos de lírica retreta...
(é como sinto, a sonhar
com a majestosa caldeira
que alberga - hospitaleira -,
o eloquente aninhar
de deslumbrante lagoa)!
Decerto, a imagem boa,
- de solidariedade -,
que em Corvo, é demonstrada,
tem como fonte sagrada,
a confiabilidade!

... E assim, aos bocadinhos,
- de forma perseverante -,
abriram-se os teus caminhos.
Eclético e edificante,
despertas doce efusão!…
Em “Pico”, a “Ilha Cinzenta”,
tem-se completa visão
do Arquipélago que és!...
“Pico” é vistosa, e ostenta
um semblante rebuscado.
Na escala de “um” a “dez”,
eu dou um dez estrelado,
e também tiro o chapéu
para essa Ilha garbosa,
que sendo a mais montanhosa,
fica mais perto do céu!

AÇORES... tens a beleza

no céu, no mar, e na terra!…
A luz que jorras, encerra
um louvor à natureza!...
 Confesso que me envolvi
com teus intensos florais.
Contemplando os teus postais,
- envolvida -, me atrevi
a descrever teus encantos,
pois meu coração, nativo
dos usos e dos costumes
dos mais caboclos recantos
da terra chã dos Brasis,
- com ardor interativo -,
chega a sentir frenesis,
excitações, e, ciúmes,
quando me curvo ao fervor
genuíno e promissor,
que embala os teus cantares!...
Não sei se sonho, ou divago,
pois julgo ver os palmares
do meu torrão tropical!...
E sonhando ou divagando,
- recordando e desejando -,
aflora “Canção do Exílio”,
um dulcíssimo afago
ou um dulcíssimo idílio,
do grande "Gonçalves Dias",
lembrando a terra natal:
“Minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá…
as aves que aqui gorjeiam
não gorjeiam como lá...”
(Evocações prazenteiras
e emoções fugidias,
- no ápice dos sentimentos -,
em minha alma passeiam
à mercê dos pensamentos)!

… E me perco na leveza
de cores, curvas, e traços
que unes com fortes laços
ungidos de singeleza!
Meu coração sonhador,
só sabe viver, sonhando…
e sonha, peregrinando,
ouvindo cânticos de amor
e dos mais puros louvores,
- misto de crença e pujança -,
na “Procissão da Esperança”
que simbolizas, AÇORES!

(Dilma Damasceno)
Cascais-Portugal, em 09 de Abril de 2011


Referenciando...

A minha admiração pelos Açores, e o meu interesse pela sua história, tornaram-se mais intensos, ouvindo as narrativas do meu amado
Joaquim Marques Almeida Cruz…
e tornaram-se ainda mais intensos, após conhecer pessoas que residem e/ou estudaram no belo Arquipélago, e com Elas, partilhar momentos maravilhosos, em Bicesse-Cascais, ao lado de “Quim”, com quem a minha relação apresenta uma trajetória emocionante, considerando que nos conhecemos através da poesia, e já fomos um pouco de tudo, um para o outro: começamos envolvidos pela admiração, mas, logo nos tornamos amigos; em seguida, nos adotamos irmãos de coração... então, o amor falou mais alto (e que Deus nos perdoe o incesto)… pois agora, somos tudo o que já fomos, e muito mais... o nosso “viver a dois” é harmonioso e doce… e como é bom sonhar com o sacramento da nossa união, em “águas brasileiras”, precisamente, em águas do meu “recanto caboclo”…
isso, porque:
se o “fidalgo” não falar o “sim” bem depressa, a “índia” mergulha Ele na lagoa do “Lima” (risos)!

Brincadeira à parte, retorno ao início da prosa, e declaro:

Sinto-me privilegiada por conhecer Portugal e por contar com a amizade de Portugueses de diversas localidades:

Évora, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia, Viseu, Coimbra, Leiria, Tomar, Almeirim, Amora, Lisboa, Cascais, Carcavelos, AÇORES, etc…

E por que o destaque para a última localidade?!...
Porque, encantada com as imagens das ilhas que formam o Arquipélago dos Açores, não resisti ao desejo de escrever um pouco sobre os valores da exuberante região cercada pelas águas do imensurável atlântico… e, com gratidão e amizade, dedicar a manifestação que consegui compor, a amigos e antigos alunos de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, bem assim, aos amigos Açorianos João e José Faria, que, generosamente, acolheram meus escritos, no extraordinário Site: http://members.shaw.ca/fariajoao/

Peço desculpas se proferi algum juízo em desacordo com a história, informando que escrevi, influenciada pelas imagens e pela leitura… significa dizer que os versos apresentados, refletem sentimentos tocados pela admiração e pelo respeito, e que, a “força de expressão” demonstrada, guarda relação com os líricos caminhos da suprema literatura de cordel.

Celestial e terrena… nobre e popular… mágica e real…
a literatura de cordel, acolhe a poesia e a prosa, reinando atrelada ao folclore… aos usos e costumes… e, às tradições!... Permite ações e reações... inspira gestos ousados e tímidos... e, com brilho e simplicidade, amplia as maravilhas do universo binário. Embarco nessa viagem eclética e singular... penso e repenso… ajo e reajo!...
O meu desejo é prosseguir pelos caminhos e estações da vida e do tempo, externando sempre o meu sentir verdadeiro e puro.

E neste momento, o que sinto, me impele a indicar referências inspiradoras da postagem “Açores”… o que faço, registrando fraternais acenos:

Olá,

Joaquim Marques Almeida Cruz (Quim)…
"Beija-Flor", sei que sabes, que "hoje", eu te amo muito mais do que "ontem", e bem menos do que amanhã…

Arlindo, Noémia, e Allan ... saudade de nossas reuniões em Leiria e em Bicesse, bons amigos!… Saudade também, da Teresa, da Mariana, e do Big;

Gabriela (Gabi)… Tens sido sempre gentil comigo, o que sempre me sensibilizou. Gosto imensamente da tua Teresa e do teu Francisco…
Tenho Eles no meu coração. Obrigada por tudo. Boa sorte!

Luisa Benevides e Frederica … São sempre muito agradáveis:
os almoços, os jantares, e os petiscos, saboreados em Vossa companhia!
Muitas bênçãos!

Miguel Bezerra e Nini ... é gratificante contar com a Vossa amizade...
e sabem? Estou às voltas com os tanques das tilápias,
precisando falar sobre rações com o meu sócio.
E então… “águas brasileiras” ou “Bruxelas”? Risos…
Abraços e votos de saúde, de êxito, e de prosperidade
para a família inteira!

António Pedro Malva e Fernanda... Amigos, gostei imensamente quando estiveram em Bicesse, com os Vossos filhos, meninos muito simpáticos; e também gostei imensamente do jantar em Vossa residência. Podemos repetir, em Bicesse e em Almeirim, muitas vezes?!... Cumprimentos e abraços!

José António Ávila (Neto)… Foi muito bom conhecer-te,
e confesso que desejo muito conhecer também,
a tua Valeska (minha patrícia). Felicidades!

João Silva (Polícia)… Tenho muito gosto (e costumo dizer isso ao Quim), quando vens partilhar alguns momentos conosco… e sempre dou risadas, quando lembro da prosa sobre a loirinha... "a coisa mais formosa do DCA"... risos. Fraterno abraço!

Manoel Loureiro ... estivestes com o Miguel, em meu “recanto caboclo”, partilhando da minha hospitalidade simples.

Foi uma grande honra para mim. Obrigada!

Graciete Belo Maciel ... Não te conheci pessoalmente, pois quando estivestes em Bicesse, eu me encontrava no Brasil, cuidando da mana caçula, que se encontrava gravemente enferma, e infelizmente, partiu para a vida eterna. Desejei muito colaborar com o Quim, nos cuidados dispensados a Ti. Mas, chegastes... estivestes um tempo... e regressastes ao teu lar, antes do meu regresso… e por isso, não pude oferecer-te o apoio, nem a atenção que tanto desejei oferecer. Entretanto, rezei muito por Ti, pedindo a Deus e a Nossa Senhora, para que tivesses êxito. Ainda rezo… agora, pedindo que a tua saúde se mantenha… e, que sejas Feliz!

José Faria e João Faria… Sou imensamente grata por haverem acolhido os meus escritos no maravilhoso FARIA CANTO MÁGICO & SONHOS.

Sois exemplos de bondade, altruísmo, e solidariedade.
Deus Vos pague e Vos ilumine, sempre!

Estas, as referências inspiradoras da postagem “Açores”.


Com os melhores sentimentos,

Dilma Damasceno