segunda-feira, 4 de novembro de 2013

AINDA É TEMPO...

 
 
 

Ainda é tempo de mirar nas rosas,
o “pó de estrelas” que afaga os campos,
- e se entrelaça com os pirilampos -,
alumiando as noites nebulosas! 
 
Ainda é tempo de seguir caminhos
impregnados de esperança e calma!...
Ainda é tempo de embalar a alma,
ouvindo o solfejar dos passarinhos! 
 
Ainda é tempo de acertar distâncias…
de ultrapassar amargas circunstâncias…
de focar na candura e no dulçor!...  
 
Ainda é tempo de olhar os lírios...
de reviver volúpias e delírios...
e de embarcar na “estação do amor”! 
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 27 de Outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

ENGANO

 
 

A vida não me enganou.
Em verdade, eu me enganei.
Tentando voar, planei…
e meu “sentir”, abanou! 
 
Cumpre-me, pois, superar
a turbulência sofrida,
- seguindo o curso da vida -,
calmamente, a esperar 
pela maré perfumada
(com cheiro de primavera)!…
Tenho fé que minha espera
há de ser recompensada! 
 
… Então, irei cultivar
a calidez dos desejos,
- intercalando voejos -,
entre o Sertão e o Mar!  
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 11 de Outubro de 2013

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

IMPULSO

 
 
 

Peregrinava perdida,
desnorteada, e dorida,
quando deixei que o Amor 
fizesse “gato e sapato”
do meu coração mulato
que só semeia o fervor!  
 
… Carente de afeição,
acabei não me contendo,
e me envolvi, esquecendo
que o mel da sedução,
às vezes, é agridoce!
Ah, se o amor fosse um sonho
somente doce, e risonho…  
 (que bom seria, se fosse!) 
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 27 de Setembro de 2013

sábado, 7 de setembro de 2013

CENA GENUÍNA

 
 
 
 
A primavera já incensa os campos,
e o arco-íris forma um diadema
sobre as madeixas da gigante flora…
Nos verdes juncos, dormem os pirilampos!...
Aconchegado ao cheiro da jurema,
um rouxinol saltita e cantarola!
 
 
Um quadro assim, - de singeleza tanta -,
faz ziguezague no meu coração
enlouquecido de ternura infinda!...
A cena genuína, - cálida e santa -,
contém pureza, brilho, e sedução!...
O afago, é doce!… E a natureza, é linda!
 
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 07 de Setembro de 2013

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

COMO SOU E SINTO...

 
 
 
 
Sou amante fiel da natureza;
o aroma do campo é meu perfume!…
Minh’alma segue a direção do lume
que espelha o elã da singeleza!…
Meu conceito extremado de beleza,
tem arrimo na lavra da roseira.
O chilrear das aves na ribeira,
açucara os sabores do meu rito!
… E como é doce o solfejar bonito
do sabiá que canta na palmeira!
 
 
(Dilma Damasceno)
"Recanto Caboclo", em 23 de Agosto de 2013

quarta-feira, 31 de julho de 2013

"A MENINA DE CAICÓ"

 
 
 

Imagino as “madeixas do sertão”,
com tranças enfeitadas de bonina,
realçando a paisagem campesina,
- a confundir-se com a plantação -,
no decorrer da flórida estação!
… E nas águas do Itans azul-turqueza,
- ao sabor indelével da pureza -,
imagino “a menina de Caicó”,
- pintando sonhos e remando só -,
em sintonia com a natureza!
 
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 31 de Julho de 2013

domingo, 21 de julho de 2013

SONHO ANTIGO

 
 
 
Cresci sonhando contigo,
sempre a procura de Ti!…
Por infortúnio ou castigo,
te encontrei… e, te perdi! 

 
Mas, como a Fé me conduz,
- estejas perto ou distante -,
o meu coração amante
segue a indelével luz
que, airosa, iluminou
a estação do encanto!
… Eu me encantei tanto, tanto,
que o encanto entornou,
e sem o menor pudor
transformou-se em correnteza!…
Felizmente, a chama acesa
do “amor, sublime amor",
guiou-me na direção
de acolhedora comporta,
onde tens aberta, a porta
do meu fiel coração! 

 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 21 de Julho de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

POR OBRA E GRAÇA DO DESTINO

 
 
 
… Era a voz da poesia, a chamar!
Era a noite!... Era o céu!... Era a lua
(deusa pura do mato e da rua)!...
Era o mar com feição d’além mar!

 
Era um encanto de constelação,
encantando o cenário envolvente!...
Era um tal de clarão reluzente,
reluzindo no espaço e no chão!…

 
Era o som que alvoroça e embala!...
Era um TAP, bem alto, voando!...
Era a mala do sonho chegando
(era o dono do sonho, e da mala)!

 
Era o cheiro da incensação,
incensando o bailar das folhagens!...
Era o amor, de “armas e bagagens”  
na cancela do meu coração!

 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 17 de Junho de 2013
(Recordando 17/06/2012)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

SONHO SEDUTOR

 
 
 
O som que embalava o ar,
parecia uma cantiga
de ninar, à moda antiga…
(cantiga de embalar
um coração sensitivo,
 amante da poesia)!
 Mergulho na fantasia,
e ternamente, revivo
um idílio encantador,
com cheiro de açucena…
(foi só um sonho, que pena!)…
Mas, como foi sedutor! 
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 10 de Maio de 2013

domingo, 14 de abril de 2013

MINHA ALMA APARVALHADA

 
 
 
Minha alma, aparvalhada,
não sabe se ri ou chora,
ou simplesmente ignora
o frio da invernada!…
Só, que, o verbo chorar
invadiu meu pensamento…
e, de lamento em lamento
sinto o inverno passar!
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 14 de Abril de 2013

segunda-feira, 11 de março de 2013

ACENO EXPEDITO

 
 
 
Minha lembrança passeia…
e esbarra ao pé da lua,
que, singelamente nua,
- no lastro da maré cheia -,
facheia o morno recanto
onde o rouxinol gorgeia!...
Meu coração cirandeia
entregue ao doce acalanto:
momento lindo e sereno,
de claridade e pureza…
(um gesto da natureza,
representando um aceno)!
 
A emoção se agiganta
e transborda enquanto fito
o belo aceno expedito!
… Meu Deus, mas que hora santa!
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 11 de Março de 2013

domingo, 10 de fevereiro de 2013

PELAS ESTAÇÕES DO MEU SENTIR

 
 
 
(I – Estação do Encanto)
 
Oh Menestrel encantado:
encantastes meu passado
singelo, cândido, e puro!…
Deslumbrante e envolvente,
encantas o meu presente!...
Encantarás meu futuro,
além do viver terreno?!...
Meu “poeta passarinho”,
- encanto do meu caminho -,
o teu voejar sereno
é meu dulcíssimo afago!…
Fazes parte: do meu sonho…
dos poemas que componho…
e das promessas que pago!...
 
(II – Estação da Nostalgia)
 
Pena que o tempo é veloz…
porisso, o encantamento,
às vezes, é como o vento:
passa!… E no tocante a nós,
pode ser que também passe!…
Então, eu ouso pensar:
Ah, se o passado voltasse,
permitindo compensar
as omissões do amor!…
Meu coração, nunca mais
iria zarpar do cais
onde o sonho encantador
fluiu transbordante e terno,
pintando dias ditosos...
e recheando um caderno
de poemas amorosos!...
 
(III – Estação da Ternura)
 
Recordo a paixão intensa,
ao sabor da liberdade,
inspirando amor e crença,
ternura e felicidade!...
Duplo prazer... simplesmente,
como se o destino fosse
ungir a volúpia doce
nas finas dobras da mente,
sacramentando o enlevo,
a candura e o alento,
no altar do sentimento!
Não sei se devo, ou não devo
repensar planos e metas...
falar de conjecturas,
carências, promessas, juras,
e, de devoções secretas...
(o imprevisível destino,
girou, margeando encantos,
dogmas, e revelações!...
Para não perder o tino,
pedi proteção aos Santos,
e me curvei às Missões)!
 
(IV – Estação da Esperança)
 
Inspirações e desejos,
lamentos e emoções,
confundiram as estações,
desnorteando voejos,
e atropelando ilusões!...
Mas, felizmente, os harpejos
da esperança sem fim,
ressoam junto aos canteiros
do meu horto sem confim,
com toques alvissareiros
(incensados de jasmim)!...
E embora os nevoeiros
turvem o olhar da feição,
as mutações, eu bendigo!
Das duas, uma: ou sigo
no lastro da inspiração,
ou terei como castigo:
viver de recordação!...
 
(V – Estação da Lembrança)
 
Hoje, as “Missões” alimentam
quimeras e esperanças,
louvando lindas lembranças…
e os sentimentos fomentam
um entrelace distinto,
onde o ardor da volúpia
passeia um olhar de lúpia
na envolvência que sinto!
 
(VI – Estação do Aconchego)
 
Felizmente, em meu jardim
 tens um ninho vitalício;
és meu refúgio e meu vício…
o meu estro e meu festim!…
 
(VII – Estação do Amor)
 
Passarinho sedutor,
- portador da poesia,
do sonho, e da “estesia” -,
teu nome certo, é: amor!
 
(VIII – Estação do Acalento)
 
Até quando encantarás
o meu olhar que se espalma
no teu singelo universo?!...
Fostes, e “sempre serás
uma carícia em minh’alma”
(razão maior do meu verso)!
 
(IX – Estação do Desejo)
 
O meu cerne sonhador
move o “tear do engenho”…
e, ensaiando um desenho,
tece um final promissor,
que resta intuído assim:
voejas… mudas de ares...
rompes fronteiras e mares...
mas, sempre voltas p’ra mim!
 
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 10 de Fevereiro de 2013