(I – Estação do Encanto)
Oh
Menestrel encantado:
encantastes
meu passado
singelo,
cândido, e puro!…
Deslumbrante
e envolvente,
encantas
o meu presente!...
Encantarás
meu futuro,
além
do viver terreno?!...
Meu
“poeta passarinho”,
-
encanto do meu caminho -,
o
teu voejar sereno
é
meu dulcíssimo afago!…
Fazes
parte: do meu sonho…
dos
poemas que componho…
e
das promessas que pago!...
(II – Estação da Nostalgia)
Pena
que o tempo é veloz…
porisso,
o encantamento,
às
vezes, é como o vento:
passa!…
E no tocante a nós,
pode
ser que também passe!…
Então,
eu ouso pensar:
Ah,
se o passado voltasse,
permitindo
compensar
as
omissões do amor!…
Meu
coração, nunca mais
iria
zarpar do cais
onde
o sonho encantador
fluiu
transbordante e terno,
pintando
dias ditosos...
e
recheando um caderno
de
poemas amorosos!...
(III – Estação da Ternura)
Recordo
a paixão intensa,
ao
sabor da liberdade,
inspirando
amor e crença,
ternura
e felicidade!...
Duplo
prazer... simplesmente,
como
se o destino fosse
ungir
a volúpia doce
nas
finas dobras da mente,
sacramentando
o enlevo,
a
candura e o alento,
no
altar do sentimento!
Não
sei se devo, ou não devo
repensar
planos e metas...
falar
de conjecturas,
carências,
promessas, juras,
e,
de devoções secretas...
(o
imprevisível destino,
girou,
margeando encantos,
dogmas,
e revelações!...
Para
não perder o tino,
pedi
proteção aos Santos,
e
me curvei às Missões)!
(IV – Estação da Esperança)
Inspirações
e desejos,
lamentos
e emoções,
confundiram
as estações,
desnorteando
voejos,
e
atropelando ilusões!...
Mas,
felizmente, os harpejos
da
esperança sem fim,
ressoam
junto aos canteiros
do
meu horto sem confim,
com
toques alvissareiros
(incensados
de jasmim)!...
E
embora os nevoeiros
turvem
o olhar da feição,
as
mutações, eu bendigo!
Das
duas, uma: ou sigo
no
lastro da inspiração,
ou
terei como castigo:
viver
de recordação!...
(V – Estação da Lembrança)
Hoje,
as “Missões” alimentam
quimeras
e esperanças,
louvando
lindas lembranças…
e
os sentimentos fomentam
um
entrelace distinto,
onde
o ardor da volúpia
passeia
um olhar de lúpia
na
envolvência que sinto!
(VI – Estação do Aconchego)
Felizmente,
em meu jardim
tens um ninho vitalício;
és
meu refúgio e meu vício…
o
meu estro e meu festim!…
(VII – Estação do Amor)
Passarinho
sedutor,
-
portador da poesia,
do
sonho, e da “estesia” -,
teu
nome certo, é: amor!
(VIII – Estação do Acalento)
Até
quando encantarás
o
meu olhar que se espalma
no
teu singelo universo?!...
Fostes,
e “sempre serás
uma
carícia em minh’alma”
(razão
maior do meu verso)!
(IX – Estação do Desejo)
O
meu cerne sonhador
move
o “tear do engenho”…
e,
ensaiando um desenho,
tece
um final promissor,
que
resta intuído assim:
voejas…
mudas de ares...
rompes
fronteiras e mares...
mas,
sempre voltas p’ra mim!
(Dilma Damasceno)
“Recanto Caboclo”, em 10 de Fevereiro de 2013