quarta-feira, 31 de outubro de 2007
DE CORAÇÃO P'RA CORAÇÃO!... (I)
registra-se "de fato", o marco decisivo
que desejo vivenciar até o final dos meus dias!
estou a publicar... todavia, apresentando somente, as minhas...
e tenho plena convicção,
de que os versos do Meu Doce Interagente,
serão acrescentados, em momento próprio!...
No pensamento, um lírico desenho
vai se formando e aprofundando laços!...
"Faço de conta" que me tens nos braços!...
"Faças de conta" que também te tenho!
Natal/RN, 06 de Outubro de 2007
00:45 horas
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quarta-feira, 24 de outubro de 2007
DIA DE REDENÇÃO!
É de um céu, sem nuvens nebulosas!
É um dia de luz... É um dia de rosas!...
É um dia feliz!... Sem dor!... Sem enganos!
Este, é um dia que sempre imaginei
escancarar a alma para o mundo!...
Escancarei!... Fiz isso, num segundo...
E quem eu fui... “tal e qual”, me revelei!
Este é o dia, do almejado “fico”
que me detém, com laços de candura!...
Em que me sinto redimida e pura!...
E quem eu sou, ao doce “Amor”, dedico!
Este, é um dia em que meu sentimento,
sereno, voa... sonha... canta... e dança,
de braços dados com a esperança...
sem amargor, sem mágoa, sem lamento!...
Soltei a voz!... Deixei voar meu grito!...
Minh’alma, agora, é livre do passado!...
E no meu peito... o "coração alado",
decola sonhos, rumo ao infinito!
(Dilma Damasceno)
Natal/RN, 23 de Outubro de 2007
Postado por Dilma Damasceno pelas 15:29 1 comentários
terça-feira, 23 de outubro de 2007
OS TEUS CARINHOS!...
(OS TEUS CARINHOS)
Os teus carinhos, são de puro mel!...
Adoçam minha alma... me entontecem...
e me embriagam de prazer fremente!...
Os teus carinhos, doce menestrel...
invadem o meu ser , e me enternecem...
e me fazem sonhar candidamente!
És de uma safra dos melhores vinhos!
Mas que delícia, é, saborear
o inebriante mel dos teus carinhos!...
E como é bom, ao teu lado, caminhar!
(Dilma Damasceno)
08 de Outubro de 2007
Postado por Dilma Damasceno pelas 14:43 0 comentários
CARTA ABERTA, AO AMOR!
carta aberta ao “Amor”!
Miraculosamente,
e acalentado sonho!
E agora, que concluí a minha saga pretérita...
e tenho que preparar o coração e a alma,
para as emoções da saga futura...
nada melhor que fazer isso,
em sintonia com um sentimento
e de natureza espiritualizada e superior!
em escrever tal carta,
o pensamento rodopia, o olhar mareja...
que falem por mim...
Essência pura e cristalina...
Alma gentil e genuína...
Bálsamo que unge e cura os sofrimentos...
Ar que perfuma e entontece...
Fonte dos mais puros sentimentos...
Luz que irradia e aquece...
Ternura que acalenta...
Lucidez que ilumina a alma...
Doçura que alimenta...
Voz que embala e acalma,
Delicioso mensageiro...
Reflexo de serenidade!...
Eu te convido a seres meu parceiro...
a continuares me inspirando...
a prosseguires me ensinando...
a permaneceres em meu ser...
e ancorar nesse delírio de efusões!...
... Foi absorvendo tuas adoráveis lições,
que o meu coração voltou a bater
em pleno ritmo de felicidade!
(Dilma Damasceno)
Natal/RN, 14 Outubro de 2007
Postado por Dilma Damasceno pelas 13:21 0 comentários
EM "CARTA ABERTA", EU ME RETRATO...
CARTA ABERTA AO POETA
POR QUEM CHOREI, EQUIVOCADAMENTE!
Hoje, é para retratar-me...
para pedir desculpas...
para penitenciar-me pelo meu equívoco,
em relação ao amor!
que fiquei na clausura...
e no casulo...
foi tanto tempo que passei em completo estado de hibernação...
que confundi tudo!...
a minha sede de carinho, a minha fome de doçura...
os longos anos que passei dormindo...
que enferrujaram o meu discernimento,
embaralhando os meus sentimentos,
e me levando a superestimar emoções e desejos...
quando o meu coração viu-se fora da toca
em que se encontrava...
fostes a primeira pessoa a me dizer coisas bonitas...
a falar de sonhos... a afagar o meu ego!...
porque mesmo eu já sendo uma mulher madura...
o meu espírito continuava criança...
ávido por atenções e agrados!
foi assim que me envolvi emocionalmente,
e cometi o equívoco de pensar que era amor,
o que sentia por Ti!...
“isso”, eu admito.
Porque, inegavelmente,
és culto, sábio, talentoso, envolvente...
e porque, indubitavelmente, és um Poeta Admirável!
e te peço perdão por haver me enganado!
e depois de ter ouvido uma voz profundamente lúcida e pura...
que me explicou de forma detalhada, generosa, e funda,
como são as relações, verdadeiramente, sensuais!...
E como não devem ser os envolvimentos virtuais,
entre seres de sexo oposto!
Foi só então, que me dei conta,
do quanto havia acordado ingênua,
na esfera sensual...
nunca sentistes o desejo de ouvir a minha voz...
e durante 6 (seis) meses de interação virtual,
nunca me convidastes
para conversar em nenhum site de relacionamentos...
conheço a tua voz,
através das poesias que declamas para a Net inteira...
não, porque tivestes declamado, para mim!...
como fui tão cega...
tão alheia...
tão desatenta?
Como pude sentir-me envolvida,
vivenciando uma interação alimentada apenas,
por e-mails?
para só então,
compreender a extensão da minha ingenuidade!
Só eu mesma,
com a minha alma demasiadamente crédula,
e literalmente, natural...
para imaginar que existia amor entre nós!
o que existiu,
foi uma envolvente e efêmera ilusão...
uma grande, e dorida ilusão!
Felizmente, passou!...
Sim, eu te esqueci!
Agora, o meu coração está em paz!
(Dilma Damasceno)
Natal/RN, 23 Outubro de 2007
Postado por Dilma Damasceno pelas 10:14 0 comentários
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - XI
Deixei de ser a menina que sonhava
"sonhos cor de rosa",
de forma inconsciente!...
Deixei também,
"sonhos cor de rosa",
de forma despreparada...
Sem perceber,
passei a ser a mulher que sonha
"sonhos cor de rosa",
de forma madura, humana e apaixonada!
Não,
com uma pureza menor que a dos tempos
de menina!...
Não,
com uma esperança menor que a dos tempos
de adolescente!...
Mas,
com uma pureza e uma esperança,
de quem muito já sofreu e lutou nesta vida!...
Com uma força e uma paixão,
muito maiores...
pois que os sonhos foram cultivados
e amadurecidos!...
Sonhos
que foram interrompidos nos verdes anos,
deixando a alma e o coração, sedentos de ternura!...
Sonhos de uma safra distante...
que o tempo encarregou-se de curtir e de adoçar
o sabor...
e, que poderiam ser retomados com maior encanto...
com maior entusiasmo...
com maior doçura!
Sonhos,
"amor verdadeiro"...
pelo resto da minha vida!
(Dilma Damasceno)
Postado por Dilma Damasceno pelas 23:38 1 comentários
MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - X
“ENCONTRANDO O ARCO-ÍRIS”
(Permissa vênia, para inserir algumas manifestações
de textos publicados neste blogue)
Essa "coisa" de divisa entre a realidade e a fantasia...
deve ter um papel relevante no comportamento das pessoas!...
Fico imaginando, se não existisse a fantasia, como, pessoas
O mais gostoso do sonho, é que, nele, tudo podemos!
Anestesiamos os sentidos, e a dor funda e forte, desaparece!
Com um simples "estalar de dedos", tudo se transforma!...
O sol brilha na chuva...
a primavera floresce no outono!...
Nos últimos dias,
tenho sentido freqüentes desejos de reler:
"OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO"!
Nunca me identifiquei tanto com um personagem,
Foi lendo esse belo romance de "Érico Veríssimo",
que muito cedo, descobri a importância das estrelas!...
E desde então, nos momentos de maior dificuldade...
quando a tristeza, a solidão e a saudade,
invadem minha alma e apertam meu coração...
penso nas palavras de Olívia:
"Olha as estrelas.
Enquanto elas brilharem, haverá esperança na vida"!
Conforta-me, na madrugada alta,
abrir a janela e contemplar o céu, a lua, as estrelas!
Sou apaixonada pela lua!...
Na fase crescente, ela me enternece!...
Na fase cheia, me fascina!
E quando a lua brilha no céu, cercada de luminosas estrelas!...
E quando tudo é silêncio,
e apenas o vento parece sussurrar promessas de amor!...
Tenho sentimentos múltiplos e incontroláveis:
de força e de fraqueza; de paz e de luta;
de alegria e de tristeza; de pecado e de perdão!
E mesmo sem saber "de onde vim",
nem "para onde vou",
uma certeza pertinaz fala alto em meus pensamentos,
e, em meu coração:
Sem "esperança", nada, teria sentido!
"Tens de acreditar que os ventos soprarão;
(DOUGLAS MALLOCH)
O ser humano é uma fonte inesgotável de sentimentos!...
Essa mania que tenho, de "falar pelos cotovelos",
faz parte da minha natureza!
Eu sempre me senti um pouco, a "Maria" do filme
"A NOVIÇA REBELDE",
pois, como ela, não consigo resistir aos apelos do coração!
Essa explosão de "sentimentalismo", que manifesto,
também faz parte da minha natureza!...
E mesmo que pareça incompreensível,
pode proporcionar maravilhas, como por exemplo:
um "oásis de calor humano, num deserto
de cálculos e alíquotas"!
Essa coisa de "fantasia", que tenho,
alimenta e fortalece a minha natureza!...
Não me exorta a disputar coisa alguma,
Porém me faz entender que,
vale a pena sonhar e acreditar no amor verdadeiro!...
E, que embora o sonho não se realize,
o amor verdadeiro, existe!...
Pois se não fosse assim, não existiria
"A neve e as tempestades matam as flores,
mas nada podem contra as sementes."
(GIBRAN KHALIL GIBRAN)
Descobri que amo os rios que trilham íngremes montanhas,
para buscar o descanso no remanso do mar azul!...
Quem sabe, chegará o dia, em que direi:
A“minha saga”,
“foi um rio que passou em minha vida”?!...
“Só o semelhante pode atuar sobre o semelhante.
Assim, não melhoreis, senão pelo raciocínio.
Não comovais, senão pela emoção.
E não procureis excitar amor, senão pelo amor.
Sede aquilo em que quereis transformar os outros.
Que seja uma prédica o vosso ser, não as vossas palavras.”
(Mensagem colhida no Diário Íntimo de AMIEL)
Sem poesia e sem sonho, não vivo!
Envolvida nesse turbulento processo, denominado “Vida”...
e nessa delirante maratona, denominada “Viver”...
uso este espaço para registrar o sentimento:
De degrau em degrau, aqui cheguei
com meus enredos e conjecturas,
no lastro firme da tenacidade.
Peço perdão a Deus, porque pequei!
Na construção dos sonhos, fiz loucuras,
em parceria com a liberdade!
Meu pensamento, eterno sonhador,
deseja ainda, construir imagens,
ao livre arbítrio da ontologia.
E quando um dia, daqui, eu me for,
hei de sonhar, então, n’outras paisagens!...
Queira Deus, no degrau da poesia!
Tenho consciência de haver extrapolado alguns limites,
em função das lutas que precisei enfrentar!
E embora, já me sinta ligeiramente "cansada de guerra",
continuarei lutando!...
O medo, me ensinou a ser corajosa!
A fraqueza, me impulsionou a ser forte!
A solidão, me estimulou a pensar ainda mais, no amor!
Apaixonadamente,
sinto desejos de acordar os sonhos!...
E travestida de “borboleta”...
experimentar as asas...
e, voar...
(Dilma Damasceno)
Postado por Dilma Damasceno pelas 22:49 0 comentários
MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - IX
“SOB A LUZ DAS ESTRELAS”
Não sei o que está acontecendo comigo!
Ainda ontem, eu queria acordar de um longo sono!...
Hoje, tudo quanto quero, é sonhar, e mais nada!
Teria sido “àquele passarinho azul”,
que pousou pertinho do meu coração, e com seu gorjeio terno e doce,
despertou em mim, esse desejo fremente e pertinaz?!...
Ou teria sido “àquela nuvem luminosa”,
extasiando o meu olhar,
e fazendo esse alvoroço em minha alma?!...
Mas também pode ter sido “àquela rosa vermelha”,
que encontrei à margem do riacho,
e contemplei como se visse uma jóia preciosa,
brilhando, pura, na manhã ensolarada!
Ou então, “àquela borboleta amarela”, que faceira e sedutora,
fez ziguezague no meu sonho,
desenhando carícias de amor e doçura, no âmago do meu ser!
O que seria da minha vida,
sem emoções dessa natureza?
O que seria do meu coração,
sem o ardor da poesia?
E minha alma, - como suportaria
viver, sem essa doce ternura?
“Um Deus habita em nós!
(Ovídio – Fastos, liv. VI, v. 5 a 9).
Sinto-me completamente encantada!
Aqui...
Agora...
Sob a luz das estrelas,
adolesço!...
E finalmente, posso vislumbrar à luz do encantamento...
(Dilma Damasceno)
Postado por Dilma Damasceno pelas 22:38 0 comentários
MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - VIII
“O MILAGRE DA METAMORFOSE”
O Século XXI, foi chegando com feições impregnadas de luz,
Em cada esquina, um sinal da evolução do ser humano!
Em cada canto, uma demonstração da existência de Deus!
A vida, indiferente aos desejos, esperanças, e sonhos,
anda, corre, voa, e passa, como se fosse um alucinado cometa!
Não sei se poderei acompanhar tanta evolução!...
Mas, penso:
Pouco a pouco, sem quase perceber,
de degrau em degrau, estou chegando
ao destino da minha caminhada!
Sem conseguir, as emoções, conter,
de degrau em degrau, sigo, escutando
meu coração, pulsar, em disparada!
E como se não bastasse, ainda me surpreendo,
pensando nos encantos e desencantos da vida!...
Não consigo evitar a melancolia!...
Talvez, porque, neste momento, esteja chovendo lá fora...
e também, porque esteja chovendo em meu coração!
E então, versejo:
CHUVA E MEMÓRIAS
“O passado é um segundo coração que bate em nós.”
(HENRY BATAILLE)
A chuva cai lentamente
sobre o chão acinzentado.
Sinto um desejo latente,
de recordar o passado:
Minha infância de pureza!...
O meu lindo gato, “China”.
As coisas da natureza,
que me tiveram “menina”!
A chuva cai docemente
e se espreguiça no chão.
Uma saudade dolente,
aperta o meu coração!...
Minha infância, longe, vai!...
Morreu, meu querido gato!
A lágrima, que agora, cai,
é de puro substrato!
A chuva cai, deslizando,
apaixonada!... Feliz!
E assim... vou recordando
os sonhos primaveris.
E a chuva, sem saber
da minha metamorfose,
cai gentilmente, a correr
em perfeita apoteose!
Meus olhos, enternecidos,
contemplam “visões reais”!...
Lembranças dos tempos idos!...
Memórias que a chuva traz!
Com graça e simplicidade,
a chuva cai, pura e mansa!...
Ai, meu Deus! Quanta saudade
dos meus tempos de criança!
“Vivendo e Aprendendo”,
tento acompanhar a corrida do tempo!
E embalada pela força do sentimento espiritual,
deposito meus sonhos, desejos e esperanças,
no milagre da metamorfose.
Mas por que, nesta peça, eu não consigo estabelecer a prosa?!...
Eu que jamais pequei por omissão,
tenho por lema, o uso da franqueza,
muito embora, a verdade, às vezes, doa!
Ouvindo sempre a voz do coração,
vou caminhando, e com a natureza,
meu pensamento, apaixonado, voa!
Acho que, finalmente, encontrei o meu lugar,
a minha verdade, o meu destino!
Mergulho em águas tépidas,
que lavam minhas culpas e pecados,
e purificam pensamentos, emoções e sentimentos!
A natureza me acolhe, me abraça, me afaga, me envolve!
As fantasias e as paixões cândidas, permanecerão indeléveis,
porém, gravadas na memória de um tempo que não volta mais!
Definitivamente, acho que é hora de acordar!
(Dilma Damasceno)
Postado por Dilma Damasceno pelas 22:22 0 comentários
MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - VII
“SUPORTANDO LIMITAÇÕES”
Voltava da Chácara que tenho perto de Natal...
O meu automóvel havia saído da revisão,
e em decorrência de falha mecânica,
quebrou-se a barra de direção, e perdi o controle do veículo.
Ao perceber que não tinha mais controle,
procurei manter a calma, e silenciosamente,
rezei para que tudo terminasse bem.
Deus me atendeu!
As pessoas que vinham comigo, nada sofreram, além do susto!
Eu, que me encontrava dirigindo,
no impacto do veículo com o meio-fio,
fiquei com o pé esquerdo preso entre os pedais de freio e de embreagem,
Submeti-me a uma cirurgia,
e precisei ficar 6 (seis) meses em cadeira de rodas,
e depois 6 (seis) meses, usando muletas.
Os médicos prognosticaram que, provavelmente,
eu perderia 10% (dez por cento) do movimento normal da articulação.
Conversei muito com Deus, do meu jeito!...
Deus me compreendeu, foi generoso comigo,
e voltei a andar com os 100% (cem por cento) de movimentação articular.
Tive também a sorte de não ficar com nenhuma deficiência física...
Mas fiquei com “seqüela funcional”,
envolvendo a articulação do tornozelo...
em momentos assim, sinto dores!
Foram tempos bem difíceis!
Eu me encontrava iniciando a construção de um Chalé,
na Praia do Sagi, - uma linda praia, distrito de Baía Formosa/RN,
Precisei interromper a construção...
Em relação ao trabalho, eu poderia ter ficado de licença médica,
no mínimo, por 6 (seis) meses...
Falei com a Diretoria da Empresa, e externei o desejo
de continuar trabalhando...
Eu exercia uma alta função,
e era bastante requisitada profissionalmente...
A Diretoria Plena...
O bom amigo, que Deus chamou para o plano espiritual
e (que também exercia uma alta função),
providenciou uma sala com instalações adequadas
para àquela fase complicada.
O Serviço Médico da Empresa
disponibilizou enfermeiros para cuidarem de mim,
inclusive de minha locomoção diária,
para a fisioterapia e para o trabalho.
No trabalho, e em casa,
todos me atenderam com atenção e cuidado...
E graças a Deus, tudo terminou bem!
Confesso que, nunca emiti tantos pareceres jurídicos,
como naqueles meses!
Por que estou relatando tais fatos?!...
- Porque me propus a fazer chegar ao conhecimento dos meus Leitores,
no curso de minha trajetória de vida!
(Dilma Damasceno)
Postado por Dilma Damasceno pelas 22:07 0 comentários
MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - VI
“REDESCOBRINDO A LIBERDADE”
Nunca tive um namorado real, na acepção da palavra!
Acho, que estava certo o meu cunhado “Prêntice”,
maestro (casado com minha irmã caçula), quando
interpretada por Ângela Maria, pronunciou-se:
"Você tem o destino da lua...
a todos, encanta... e, não é de ninguém"!
Nos últimos 18 (dezoito) anos, tive alegrias e tristezas...
vitórias e fracassos... lucros e perdas!
Após desligar-me “de fato”, do pai de Allan,
optei por ficar sozinha!...
Não, por falta de pretendentes, pois em verdade,
surgiram alguns interessados.
Simplesmente, não me dispus a aceitar nenhum!
Em 1990, 2 (dois) anos depois de separada,
um cidadão que me conhecera quando eu era adolescente,
Esclareci que havia me separado do pai de Allan, porque,
mas não me sentia preparada para um novo relacionamento, pois em verdade,
eu queria rever meus sentimentos, repensar meus valores,
A minha liberdade, eu preferia, voltada para o sentido de tomar
Ele ainda argumentou, insistiu, mas não me senti motivada!
E da mesma forma, como tentou reaproximar-se, afastou-se.
Nunca mais, soube Dele... espero que esteja bem!
O mais interessante, é que no momento de separar-me
E de repente, lá estava eu, novamente exposta à cobiça de alguns homens
Fiquei um certo tempo, procurando formas de evitar algumas aproximações
e ocasionavam contatos com empresários, políticos, e executivos...
Só que, já formada em Direito, e ansiosa para exercitar
Era como se estivesse retomando as armas... mas, de forma paciente e centrada!
A principal decisão, era: nada de relacionamento real... concreto!...
Mas, precisava... e como precisava, viver uma situação de utopia!...
Seria algo que alimentaria o meu cerne... aqueceria o meu coração...
Foi então, que tive um comportamento absurdo:
“imaginei-me casada” com um ser como eu sempre sonhara encontrar...
Eu tinha sido tão podada, tão negligenciada, tão preterida, tão enganada,
que eu não queria pensar em presença física!...
Naquele momento, eu me contentava em “fazer de conta” que a minha vida
eu me senti “viúva”!
Eu sempre valorizei o sentimento da amizade pura e verdadeira!
Na COSERN, tive um amigo, que representou muito na minha vida profissional.
e sempre retribuí as atenções, com verdadeira amizade.
Em Março de 2000, o meu bom amigo, adoeceu, e os exames médicos
Em poucos dias, Ele ingressou na esfera espiritual. Sua partida,
Como já mencionei na peça inicial, tenho poucos amigos.
Perder um amigo especial, dói demais!
Senti-me roubada e enfraquecida!
Misteriosamente, decorrido pouco tempo de sua partida,
Mais reconfortada, resolvi fazer um balanço de minha vida...
e me assustei, quando percebi que terminara o meu relacionamento,
Onde estaria o meu sonhado “príncipe encantado”?
Eu só desejava um relacionamento,
se fosse para viver o grande e verdadeiro amor...
e apesar de tanto tempo decorrido,
ninguém havia me despertado esse lindo sentimento...
e assim, a vida ia passando!
Liberdade para amar, eu tinha!
Mas, o amor, continuava sendo apenas um sonho!
Foi então que tive uma imagem precisa da minha realidade:
Não existia ninguém me esperando!
Eu poderia sair... fazer o que bem entendesse...
Voltar na hora que quisesse... e ninguém se importaria!...
Porque, simplesmente, eu não tinha para quem voltar!
A liberdade estava ao meu dispor...
e eu não sabia o que fazer com ela!
Lembro-me que em agosto de 2000, inexplicavelmente,
eu me sentia desejosa de aquietar o coração!
Mas como também me sentia “assustadoramente solitária”,
lendo e escrevendo!
Foi então, que fui incentivada a me inscrever nos Sites:
AMIGOS VIRTUAIS, e COMOVAI.
Fiz a inscrição, desejando encontrar pessoas confiáveis e solidárias,
Tive sorte e encontrei pessoas especiais.
Como sempre fui bastante seletiva, tive apenas, dois correspondentes:
Em AMIGOS VIRTUAIS, um correspondente de Curitiba/PR,
que me encantou com mensagens bem escritas, respeitosas, e amáveis...
Foi uma agradável interação virtual... breve, porém, inesquecível!
No COMOVAI, no meio do oceano,
Um ser humano nota “mil”, com quem aprendi a “gostar”
de forma singular e silenciosa, com imensurável carinho!
Como vêem, encontrar a alma gêmea, não acontece facilmente!
E eu que pensei que exercitar a “liberdade” na plenitude da expressão,
Mas, não será por isso que esquecerei os meus desejos!
Nesta ciranda, eu quero mais,
Quem sabe, na próxima parada, não encontro o sonhado
(Dilma Damasceno)
Postado por Dilma Damasceno pelas 21:18 0 comentários
MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - V
“CONVIVENDO COM A CLAUSURA”
Nasci com o nascer do sol!...
No momento em que o sol se levanta!
Sou do signo de Leão, com ascendente também em Leão.
Nunca me dei bem com a inércia.
Jamais me acomodei.
Acho que por ser assim,
apesar da gravidade dos acidentes que sofri,
procurei superar as amarguras e os desencantos,
Decidi que,
nem a violência de criaturas desumanas,
nem a violência das águas turbulentas,
ceifariam meus ideais!...
E que, por mais ásperos que fossem os meus caminhos,
Redobrei os trabalhos, e me dediquei intensamente aos estudos.
Felizmente, a chama da esperança continuava acesa em meu íntimo!
Passei a ler mais... e resolvi participar de alguns concursos.
Fui aprovada em diversos, dentre os quais,
para o cargo de Escrivã e Tabeliã,
e concurso realizado para o Cargo de Contadora
da Prefeitura de Caicó/RN.
O então, Prefeito, após nomear-me, resolveu me oferecer 01 (um) curso,
Posteriormente, fiz outros cursos no IBAM,
e, na FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - FGV!
Cumpre-me confessar, que a temporada no Rio de Janeiro
e, me deu disposição para cuidar da aparência!
Mesmo assim, eu não me interessei por ninguém,
e nem pensei em namoro!...
Os meus sonhos, continuavam dormindo!
No meu retorno à Caicó,
assumi duas funções de alta importância,
em relação às oportunidades de trabalho da Cidade:
ocupei, cumulativamente, as funções de Chefe da Contabilidade,
e, de Secretária de Finanças do Município.
Àquelas funções, me deixaram numa posição privilegiada,
e as mesmas pessoas que, antes,
Entretanto, eu encarava tudo, de forma indiferente!
No campo sensual, em me sentia em completo estado de hibernação.
eu me sentia céptica, revoltada, acuada, angustiada...
e me isolava mais e mais!
Minha vida se limitava ao trabalho... o meu lazer e/ou entretenimento,
e às ações de natureza comunitária: Orfanatos e Asilos!
Eu era extremamente anti-social.
Minhas raras aparições em Sociedade, se limitavam aos compromissos
Nos despachos com o Prefeito,
Ele se mostrava gentil, educado, e amigo!
Sempre me prestigiava, e demonstrava uma amizade desinteressada.
Inúmeras vezes, viajamos juntos, para
Congressos, Simpósios, e Reuniões Administrativas.
Discreto e sério, quando me via taciturna,
respeitava o meu silêncio, e muitas vezes, me sugeria um bom livro, que,
Sempre me tratou com o maior respeito!...
Pela forma como me tratava, merecidamente, conquistou o meu
E, por ser bastante culto e inteligente, advogado brilhante, e grande orador,
Numa das viagens de trabalho, jantamos juntos...
e durante a conversação, me indagou se eu tinha namorado!...
Eu não tinha!
Havia rapazes que demonstravam interesse por mim,
muito embora eu não incentivasse qualquer aproximação.
Em verdade, eu não confiava nos pensamentos e nas intenções
Eu até poderia dizer, que tinha supostos pretendentes...
Mas, namorado, mesmo, eu não tinha!
Então, Ele encheu-se de entusiasmo, e declarou:
- Que, sabendo do que me acontecera...
e vendo-me tão jovem e atraente, e ao mesmo tempo, sempre tão séria,
- Que tinha feito tudo para evitar "envolver-se",
mas não tinha conseguido...
Diante de mim, portanto, um homem que eu admirava
Naquele momento, dependia apenas de mim, considerar ou não,
o envolvimento que estava sendo revelado...
Não sei o que me deu!... Não consegui repelir!
E até hoje, eu fico a me perguntar:
Eu já não suportava mais, levar "cantadas"... e, me fazia bem saber
Senti-me gratificada e envolvida! Mas, posso assegurar que
proteção, confiança, admiração, reconhecimento, respeito, e resignação.
Pensei que podia ser o momento do “cessar fogo”, de recolher as armas,
Minhas fantasias, estavam inertes... estranhamente, eu não sonhava...
não acreditava mais em contos de fada... e caminhava, como quem caminha
Eu vivia tentando equilibrar-me na linha da vida...
como quem procura o equilíbrio para não cair da corda bamba...
Eu sabia... eu sentia, que bastaria um descuido de minha parte...
e os leões estavam na tocaia... prontos para o ataque!...
Aceitei a nova situação,
como quem se agarra à uma tábua de salvação!
Ele tinha 20 (vinte) anos a mais do que eu!
Para mim, portanto, começaria novo ciclo!...
Pensei nos meus “sonhos cor de rosa”, e na cerimônia
E que talvez, não se realizasse jamais!
Decidi que mergulharia num “casulo”!...
E ali, eu haveria de ficar!...
Até quando?!...
Não sabia!
Resolvemos que nosso relacionamento, seria assumido em Natal/RN,
Vim para Natal, desejosa de ampliar meus conhecimentos,
pois em Caicó, ainda não existia o Ensino Superior!
Passei a morar sozinha num pequeno apartamento que comprei financiado,
Eu havia montado um Escritório de Contabilidade Pública, em Caicó,
Eu trabalhava arduamente, e não descansava nem mesmo, nos feriados.
Em verdade, eu me alimentava de trabalho, e obviamente,
tinha um bom faturamento.
Mas, nunca fui gananciosa, e nunca procurei viver com luxo!
Quando sobrava um dinheirinho, eu destinava às causas que
aos “asilos” e “orfanatos”!
O homem que desarmou a “mulher guerreira”,
não veio para Natal, exclusivamente por minha causa!
Não me importei!...
Mas, por que, meu Deus, a “mulher guerreira”, não retomou as armas,
- A dureza da vida havia me transformado
numa pessoa sem maiores desejos!
Ele demonstrava ter um forte sentimento por mim!...
eu via nele, um mito... um ser superior... um ídolo...
eu não enxergava propriamente, um ser do sexo oposto...
eu via um ser magnânimo... uma fonte de conhecimentos,
que me causava a impressão, de ser inesgotável...
Ingenuamente, eu acreditava que existia entre nós,
um sentimento de pura predestinação!
E eis que nossa predestinação se manteve por quase 18 (dezoito) anos!...
Tempo, que para mim, foi uma compulsória eternidade,
pois, caracterizou-se marcado pela solidão e pela clausura!
Com ele, tive o meu único filho...
O que de bom me aconteceu, em nosso relacionamento:
Allan, um ser humano especial, verdadeiro, puro e doce,
inteligente, responsável, e solidário...
em suma: um filho maravilhoso!...
Mais que filho, Allan é meu melhor amigo e meu fiel confidente!
É duro ter que mencionar certos fatos...
porém, atrelada ao sentimento de franqueza que me rege,
e ao propósito de falar, de coração aberto, cumpre-me relatar:
O pai de Allan, foi para mim:
chefe, conselheiro, pai, irmão, protetor, amigo, e, “amante”!...
mas, não foi meu companheiro!
Como "cara metade", Ele foi o meu maior engano...
o meu maior pecado... e a minha maior fraqueza... considerando,
Como também, os momentos marcantes de minha vida,
Foi assim, quando perdi a minha mãe!...
Quando fui para a maternidade, ter o nosso filho!...
Quando levei Allan para iniciar os estudos...
e, quando colei grau em cursos superiores!
Vale salientar que, tão logo cheguei em Natal,
fui convidada para um cargo de confiança na Prefeitura...
- Aceitei!
Depois, retomei os estudos!
Ampliei meus conhecimentos contábeis à nível de licenciatura plena...
Fiz "Serviço Social"... e, em seguida, “Direito”!
Depois de colar grau em Direito, submeti-me a um concurso
Eu sempre me sustentei!
Nunca aceitei “nada”, do meu ex-parceiro,
além do filho que Deus me permitiu ter!
Dói-me constatar que, da mesma forma que Ele foi “ausente”, comigo...
Que fosse “ausente” comigo, que permiti suas omissões,
eu podia suportar...
Mas, “ausente” com Allan, com o próprio filho...
“isso”, sempre foi extremamente doloroso e insuportável para mim!
Entretanto, vale ressaltar que, as desilusões sofridas,
Eu havia colocado um filho no mundo... e precisava cuidar dele!...
Além de amá-lo, eu precisava protegê-lo... defendê-lo dos perigos...
E, consciente da realidade que deveria enfrentar, sozinha,
o meu espírito de luta tornou-se mais forte!
A solidão, porém, começava a doer!
Castigada pela fome de carinho, e, pela sede de ternura,
eu suportava o vazio, com transparente nostalgia!...
Amenizava minha solidão, de várias formas:
passando os finais de semana no campo (numa pequena Chácara)...
me cercando de plantas e de animais...
lendo e escrevendo poesias e crônicas...
e, por que não dizer?!...
- Divagando!
Já então, o sonho, teimava em ressurgir!...
E eu pressentia que minha vida, mais uma vez, iria mudar...
18 (dezoito) anos atrás (em 1988), adormeci "mal amada",
e acordei desejosa de assumir a minha solidão perante o mundo!
Como sempre fui extremamente leal e franca,
Acho até que, indiretamente,
Ele me induziu a optar pelo fim do nosso relacionamento!...
Não seria pois,
o momento de ajoelhar-me no altar do arrependimento,
e penitenciar-me pelos pecados que cometi,
e pelas fraquezas que tive?!...
penso que a maior penitência, já se encontra remida...
diluída em 17 (dezessete) anos de enclausuramento!
Portanto, não podia parecer diferente!...
O decreto que me libertava da “clausura”,
tinha feição de auspicioso sonho!
Terminava assim, um importante e tumultuado ciclo de minha vida,
no qual eu me deixara envolver, dominar, conduzir!
Começaria o ciclo, no qual, a palavra “liberdade”,
seria exercitada na plenitude da expressão!
Postado por Dilma Damasceno pelas 20:06 0 comentários
domingo, 7 de outubro de 2007
MINHA SAGA (FANTASIA VERSUS REALIDADE) - IV
"mulher guerreira", não era nada fácil de vivenciar!
Porém, o que fazer?
A lei da selva, falara mais alto!
O novo ciclo que se iniciava, era difícil, duro,
cheio de enigmas e de dificuldades.
Imagine, só!...
Numa cidade pequena do alto sertão nordestino,
Era caso para execração em praça pública!
Por muito menos, o Bando de Lampião (Rei do Cangaço),
torturava e fuzilava!
Eis, que começava a fase de críticas,
de olhares indiscretos, de fofocas,
Eu demonstrava indiferença.
Meu coração, estava fechado!...
A minha alma, vazia!
A mulher guerreira, pensava,
raçava planos,
consultava mapas!
Apesar dos pesares,
não pretendia renunciar definitivamente, aos sonhos!...
Deixá-los-ia à mercê do tempo,
para retomá-los no momento próprio!
O 1º passo, era procurar um trabalho.
O 2º, era ficar o máximo possível, distante de pessoas
do sexo masculino!
Consegui o primeiro trabalho, como "caixa",
numa grande loja de tecidos.
Meu espírito,
Saí!
Procurei novo trabalho, e,
consegui uma vaga num Escritório de Contabilidade.
sempre me passava tarefas
De vez em quando, eu o surpreendia
Eu fazia de conta que não notava,
Primeiro,
porque sabia que Ele era um ser solidário e generoso;
porque gostava do que fazia, e precisava do trabalho!
Felizmente,
Ele não se manifestou além da contemplação ardorosa,
pude trabalhar com tranqüilidade!
Algum tempo depois,
fiquei sabendo que um primo meu,
médico dedicado à pobreza,
deputado estadual e futuro candidato a Prefeito
(vale considerar que no Interior,
e são muito respeitados).
Coincidência ou não, o fato é que, em pouco tempo como
“auxiliar de serviços contábeis”,
eu era requisitada para as tarefas
Do Chefe e Dono do Escritório Contábil,
recebi ensinamentos importantes,
Ele me proporcionou a oportunidade
na Prefeitura Municipal.
Nesse período, eu praticamente,
passava as noites, lendo e/ou escrevendo!...
José de Alencar, Augusto dos Anjos,
não saiam da mesa de cabeceira da minha cama.
Li toda a coleção:
"ANGÉLICA", de Anne e Serge Golon.
Dormia pouquíssimo.
Sentia ansiedade, palpitações, insônia!
Precisei procurar um médico,
que diagnosticou “distonia neurovegetativa”
e prescreveu "dienpax", salvo engano, 5 mg!
E numa das consultas, notei que o seu olhar
Encabulada, perguntei-lhe o que havia
"se você quiser,
podemos ser mais do que médico e paciente..."
Colhida pela surpresa, não achei o que responder.
E morrendo de angústia
e, nunca mais, voltei lá!
A tal da "distonia",
de folha de laranja,
de erva doce,
e de camomila,
para ver se eu conseguia dormir direito!
Entre um chá e outro, eu escrevia...
ALUCINAÇÕES
No silêncio angustiante do meu quarto,
tudo é saudade e nostalgia. Inquietação, também.
Extravasar meus sentimentos, não posso!
Entretanto, posso ouvir a voz do vento
e a voz do mar,
solidárias com meu tormento.
Existe romantismo em mim,
mas, só agora, compreendi que é inútil sonhar!...
A realidade é dura e fustigante,
como a vida do deserto abrasador.
Quisera ser feliz!
No meu “hoje” de cansaço e de tristeza,
existe um “ontem”, onde a nostalgia
flutua mansamente, tal qual um barco
a vagar em águas turvas e noite fria...
Quão triste é o pôr-do-sol!
A dor que me invade o peito
e me estraçalha a alma...
tem mistura de mágoa e de saudade...
faz-me lembrar dos sonhos que não tive...
e que não sei se chegarei a ter!
já não brilham as estrelas do meu universo...
e é bem grande o infinito do meu céu!
Quem sabe, eu já morri?
Preciso renascer!
Comecei a “achar” que havia alguma coisa errada comigo!
Por que os olhares masculinos eram tão insistentes?!...
Eu era pobre, e geralmente, me vestia com simplicidade.
Jamais fui leviana.
Então, “por que”?!...
E muitas vezes, eu me surpreendi, pensando:
Meu Deus! Será que não existirá esperança para mim?
A partir do momento em que passei a trabalhar,
eu me transferi da Juventude
para a Juventude Operária Católica – JOC.
Eventualmente, ocorriam encontros religiosos,
com a participação de Jocistas de outras localidades.
Eu costumava ir à missa aos domingos à tarde...
e sempre me confessava.
resolvi falar de minhas inquietações sobre
"acho" e "por que?"...
"Filha, você transpira sexualidade por todos os poros"!
Rebati com veemência:
Padre, eu não penso em sexo, e nem penso mais no amor.
A tréplica foi ainda mais forte:
"Filha, nem que você fosse uma freira,
deixaria de despertar desejos"!
Conclusão:
“achei” que seria melhor passar a confessar-me diretamente com Deus!
A poesia fervilhava no meu íntimo!
Em alguns momentos, eu sentia ímpetos de gritar versos...
IMAGINAÇÃO
“Vai tocando: O teu destino foi gravado na areia.
Tudo é poema, criança. Você não sabe nada, felizmente:
saber é saber que não se sabe.”
(AUGUSTO MEYER)
Longe... Bem longe... Na voz do vento,
o mar transmite fluidos de amor!...
É noite alta!... No pensamento,
escuto queixas de um trovador...
Intensa e forte,
a tristeza grita,
e na noite, ecoa!
Sem luz... sem norte...
minh’alma, aflita,
delira, e voa!
O mar se cala. A viola geme. O poeta chora!
Depois, silêncio. Longe... bem longe...
Só o lamento de triste monge...
cuja esperança, já não vigora!
Até então, eu não prestava atenção em minha aparência!
Resolvi me olhar...
e constatei que meu corpo estava, bem modelado!
parecia, como na música de Luiz Gonzaga,
Mesmo assim, na minha opinião, não existia nada
e nada de "transpirar sexualidade"!
Eu nunca superestimei meu aspecto físico ou minha compleição!
Sei porém, que sempre fui intimamente arrojada,
e que isso sempre transparecia
Não, de forma deliberada, e sim, naturalmente!...
Sem que eu conseguisse evitar!
Os assédios, continuavam.
Os olhares ousados e atrevidos, se multiplicavam.
Eu me sentia como um animal ferido, acossado,
perseguido com fúria selvagem!
que sempre me acudia!...
Com determinação, eu multiplicava esforços,
Que encontraria uma forma de escapar à perseguição!
Passei a agir como se fosse cega, surda, e muda.
Comecei a usar roupas
E "fiz de conta" que era assexuada!
A minha falta de sorte me transformara em objeto sexual
(só na cabeça dos meus perseguidores)!
A minha situação de vítima... a minha isenção de culpa,
não eram levadas em consideração!
Não, eu não tive a menor parcela de culpa em relação
à tragédia que me aconteceu!
Naquele dia, eu me encontrava num retiro espiritual promovido pela
Em certo momento, um jovem veio
Lembro-me de haver ficado surpresa com a abordagem,
pois em verdade, nunca havíamos trocado uma única palavra.
Em princípio, eu recusei o vinho oferecido,
mas fui incentivada por outros Jocistas,
Como estava entre pessoas consideradas responsáveis,
aceitei!
Infelizmente, em pouco tempo, fiquei sonolenta,
e, de acordo com depoimentos
O jovem teria informado aos organizadores do “retiro”,
de acordo com depoimentos posteriores,
(presume-se que os Coordenadores do evento, confiaram nele)!
Não sei como fui colocada no automóvel dele,
que caminho foi tomado,
Não me lembro absolutamente de nada!...
E, graças a Deus,
no local onde fui resgatada!...
Ainda de acordo com depoimentos posteriores
(de Jocistas que ficaram no "Retiro"),
já me encontrava inteiramente adormecida!
Vale ressaltar, que,
após tão grave e constrangedor incidente,
apesar de toda
o que "de fato", aconteceu...
e, muitas vezes,
fui assaltada por pensamentos negativos!...
Em um desses momentos, acidentalmente,
sofri um afogamento em um rio
Sobrevivi, porque Deus foi generoso,
permitindo que eu fosse salva!
Participaram do meu salvamento,
minha mãe e um jovem atleta,
resolveu apoiá-la naquele momento de extrema dificuldade,
Enquanto me debatia,
lembro-me de haver emergido duas vezes!...
o meu último pensamento foi para uma cerimônia
que fazia parte dos meus sonhos e desejos!
A correnteza já arrastava o meu corpo desfalecido,
que colidia com objetos estranhos,
também arrastados pela fúria das águas...
minha mãe e o jovem atleta,
e, após várias tentativas,
quando ninguém mais
milagrosamente, fui resgatada!
Demorei a recobrar os sentidos!
Quando abri os olhos, havia ao meu redor
Minha mãe, exausta e assustada, chorava muito!...
que eu havia renascido!
Muito trêmula e emocionada,
engatinhei para perto de minha mãe,
de haver me dado à luz pela segunda vez!
Sempre ouvi dizer que guerreiro, não chora!...
Todavia, naquele momento,
eu seria capaz de desafiar a própria lei da guerra!...
Que ruflassem os tambores!...
Que soassem os clarins!...
Pois, apenas uma coisa tinha importância para mim:
eu estava viva... e, precisava chorar!
Não tive tempo para agradecer ao jovem atleta,
pois ele já havia deixado o local...
Anos depois, àquele jovem maravilhoso,
morreu afogado, vítima de cãibras!...
e costumava desempenhar o papel de “salva-vidas”,
não lhe prestaram socorro, por não haverem compreendido
que ele se encontrava em dificuldades!
Fui tocada pelos sentimentos da tristeza e da impotência:
Ele fizera tanto por mim!... E, eu, nada pude fazer por ele!
A poesia circulava no meu sangue...
estava em mim, intensiva e forte...
Corre a água do rio, velozmente...
em seu fluxo eu mergulho e adormeço!...
Perene, ela segue, indiferente
às cruciantes dores que padeço!
Em meu delírio, as emoções se afrontam...
Procuro em vão, amenizar as mágoas...
E quando o mar e o rio, se encontram,
eu me entrego ao delirar das águas...
Das águas fundas da desilusão,
tento emergir, mas não consigo, não!
Fiquei um certo tempo, confusa e melancólica!
Houve um momento em que desejei ardentemente,
encontrar alguém
e, ao mesmo tempo, eu repelia tal desejo!
No íntimo, eu me sentia marcada!
Por outro lado,
sempre prevalecia o sentimento de mágoa e de rebeldia:
eu tinha de continuar "guerreira", custasse o que custasse!
(Dilma Damasceno)
Postado por Dilma Damasceno pelas 02:25 1 comentários