sexta-feira, 25 de maio de 2007

O FIM DO SONHO




Sinto na alma, a dor dilacerante
de ver morrer o sonho auspicioso!...
Mareja o meu olhar triste e saudoso,
à luz do sentimento itinerante!


... A sonhar, percorri muitas estradas,
sem temer a presença dos espinhos!...
E voei, como voam os passarinhos,
em busca de felizes alvoradas!


Mas, o destino audaz e desumano,
indiferente às marcas do engano,
arrebatou o amor, dos braços meus!...


Meu coração, fremente de carinho,
sofre e soluça, em solitário ninho...
purgando a pena de um triste adeus!


(Dilma Damasceno)
Natal/RN, 25/05/2007

EM SINTONIA COM A TERNURA...



Revendo algumas anotações e imagens que guardo cuidadosamente,
parei na imagem da linda rosa vermelha,
recebida em Agosto de 2005, já contemplada neste blog...
e não resisti ao desejo de reprisá-la,
embalada pelas recordações de momentos cândidos e emocionantes.

... Gosto imensamente de presenciar apresentações de
poetas repentistas.
Com a minha particular simplicidade,
tenho participado de inúmeras Comissões Julgadoras de
"Festivais de Poesia",
a maior parte, envolvendo a participação de Poetas Violeiros.

Certa vez, eu me encontrava ouvindo um "baião de viola", no campo.
pelas "tantas", quando a cantoria se apresentava
bastante eclética e quente,
os poetas passaram a brindar os presentes, com versos de humor,
e ao mesmo tempo, com sugestões para solicitação de motes.
Em dado momento, alguém pediu um mote, que dizia:


"SE HÁ OUTRA, EU NÃO CONHEÇO,
BONITA, COMO MARIA!"


Imediatamente, o repentista que acabara de receber
o tema solicitado, improvisou a seguinte glosa:


"Meu povo, não é garapa,
minha dor não é mesquinha.
As cinco letras que eu tinha,
não tenho mais no meu mapa.
Toda vereda se tapa.
Não me aparece um guia!
Queria, meu Deus, queria,
saber do seu endereço!...
SE HÁ OUTRA, EU NÃO CONHEÇO,
BONITA, COMO MARIA!"


Como sempre tive facilidade de memorizar versos,
memorizei a estrofe,
na glosa inicial de
GERALDO AMÂNCIO PEREIRA, maravilhoso Poeta Cearense,
que naquela época, era muito jovem,
mas já deixava evidente que se transformaria
no monumento sagrado do repente, que é hoje!

Neste momento, a imagem da linda rosa na palma da mão,
me fez lembrar a declaração externada de forma tão simples e bela,
naquela agradável "cantiga de viola"!

Encantada com a carinhosa oferenda,
e em completa sintonia
com a emoção que o sentimento da poesia, desperta,
mas, principalmente, por encontrar-me desprovida de inspiração,
peço permissão aos envolvidos no tema abordado,
para plagiar o mote e a glosa gravados em minha lembrança,
e manifestar a doce emoção que o emissor da linda imagem,
proporcionou ao meu íntimo!


Mote


SE HÁ OUTRA, EU NÃO CONHEÇO,
BONITA, COMO ESSA ROSA!


Glosa


Essa rosa em sua mão,
contemplo maravilhada!
Sinto a alma, extasiada!...
Em êxtase, o coração!
Sem conter a emoção,
declaro em verso e em prosa:
Relíquia tão preciosa,
só Deus sabe, se mereço!...
SE HÁ OUTRA, EU NÃO CONHEÇO,
BONITA, COMO ESSA ROSA!


E não consigo deter a evocação de outras emocionantes lembranças!...

Então relembro, que no site
http://dd-vivendo-e-aprendendo.spaces.live.com/
em junho/07, consta matéria denominada: EM NOME DA AMIZADE,
onde narro episódios ocorridos no ano 2000.
A seguir, a transcrição de importante parte da narrativa:

... Um dia, distraidamente, deparei-me com o site COMOVAI.
Olhei alguns perfis, e embora continuasse distraída, entre inúmeros perfis,
escolhi um, e enviei uma mensagem, objetivando iniciar uma amizade!
Momentos depois, chegou uma resposta.
Era alguém que, em companhia de amigos, havia saído de barco, do Rio de Janeiro,
e se encontrava no meio do oceano, em direção às Olimpíadas de Atlântida.
6 (seis) amigos, vivendo uma verdadeira aventura!
No dia seguinte, recebi outra mensagem,
informando que uma tempestade se aproximava e poderia atingi-los!
Logo depois, outra mensagem, informando que o mastro
havia quebrado, e enfrentavam sérias dificuldades,
mas tinham a esperança de receber socorro!
Eu rezava por Eles e mandava mensagens de esperança!
Em seguida, 3 (três) dias de silêncio.
Foi então que recebi uma mensagem
de um médico de uma Clínica da Inglaterra.
O socorro havia chegado
com bastante atraso e não houve como evitar o naufrágio;
um dos tripulantes morreu logo após o resgate;
e o Cidadão que estivera me escrevendo
se encontrava internado e em estado grave!
Continuei rezando por Ele.
Alguns dias depois, ele retornou ao Brasil
e passou por duras provações!
Até hoje, me envia mensagens.
Nunca nos vimos pessoalmente, e acho que jamais nos veremos.
Mas, existe entre nós uma ligação espiritual muito forte!...
Nossas almas foram conectadas pela força de uma energia metafísica!
O sentimento que nos liga é superior aos desejos da matéria.
Estou falando de um ser humano maravilhoso,
que me ofereceu uma rosa na palma da mão, e disse:

"Você mulher... merece muito mais por sua doce ternura...
Porém, esta simples rosa na palma de minha mão,
diz muitas coisas pela voz dos poetas"
(GILBERTO ARAÚJO - Advogado, Jornalista, Escritor, e Poeta)

Cumpre-me declarar:

Eu e Gilberto, sempre fomos apenas, amigos!
Desde Setembro/2000,
que entre nós existe uma sincera e maravilhosa amizade...
impregnada de solidariedade, respeito, e carinho!...
Sentimentos que representam referências constantes
em nossa interação virtual!
Desejo muito que Ele seja feliz...
e sei que Ele também deseja a minha felicidade!

Muito obrigada, "Gil",
pela dádiva da sua amizade verdadeira e generosa!


(Dilma Damasceno)

quarta-feira, 23 de maio de 2007

"A AMARGURA"



Sentimento cruel que suplicia
esta alma cansada de chorar!...
Que espezinha, e me faz delirar,
aumentando no peito, a agonia!


Muito eu sonhei, mas tive o desamor!
E me sinto sem forças, e sem norte...
um exemplar de merencória sorte,
a penar nos grilhões do dissabor!


E brota o fruto da insegurança,
neste ser que padece, e triste, vaga,
por já não ter alento ou esperança!


... Assim, eu sigo pela vida afora,
qual chama frágil, que o vento apaga...
entregue ao amargor que me devora!


(Dilma Damasceno)
Natal/RN, 23/05/2007

DORIDO AMOR



Há algum tempo, escrevi uma matéria no Site
http://dd-vivendo-e-aprendendo.spaces.live.com/,
quando, falando aos Amigos e Visitantes daquele Espaço,
externei informações que incluem o seguinte desabafo:

“... Sobre minha forma de ser e de agir, tenho a registrar:
Jamais me senti verdadeiramente amada!
Mesmo assim, alguns anos atrás, logo que fiquei sozinha, sofri muito!
Para superar a tristeza, vez por outra, acessava a internet!...”

Hoje, depois de repensar sonhos e sentimentos,
algumas reflexões me induzem a pensar que me enganei...
pois, sonhando...
eu posso sintonizar o amor, em ondas fundas e delirantes!...
A prova disso, está na manifestação que passo a registrar:

Mote

Eu evito te ver, porque te vendo,
sei que morro de amor por teu amor
”!

Glosa

Nós nos amamos, porém o destino,
nos separou, impiedosamente!...
E na saudade, a alma aflita, sente
o eco triste de um pungente sino,
cujo som, melancólico e cristalino,
faz brotar sentimentos de amargor!
O meu céu perdeu todo o esplendor!...
E na dor eu me vejo assim, dizendo:
Eu evito te ver, porque te vendo,
sei que morro de amor por teu amor
”!


(Dilma Damasceno)

terça-feira, 15 de maio de 2007

ATRAÇÃO VERSUS REJEIÇÃO



Por mais que o sentimento enganador
maltrate a quem suspira por carinho,
quando o amor é puro, a atração
envolve a alma... invade o coração...
e no peito, constrói um doce ninho!


Quando alguém nos acena com ardor,
acendendo em nosso olhar, a esperança...
a vida se transforma em "mar de rosas"!...
E no céu, as estrelas luminosas,
são figuras doiradas de bonança!


Mas, quando o verdadeiro e puro amor,
é rejeitado, e o sonho é destruído...
o ser amante, chora de amargura!
A dor da rejeição, é dor sem cura!...
Nada consola o coração ferido!


(Dilma Damasceno)

A DOR DA TRAIÇÃO




A dor da traição, é voraz e desumana!...
Agita a carne... invade o sangue... e dói na alma...
O "ser" traído, nem se anima... nem se acalma...
pois, sorve o fel da rejeição insana!


E nem a carne, nem a alma, nem o sangue,
podem conter os impulsos amorosos!...
O coração que ama... mesmo, exangue...
anseia por momentos venturosos!


... Infelizmente, a dor da traição,
fez holocausto do meu coração!


(Dilma Damasceno)

quarta-feira, 9 de maio de 2007

A DOR DO ABANDONO...



Sou genuinamente, “rural”...
E embora não goste de falar sobre meu histórico,
envolvendo grau de instrução e formação profissional,
sou Escrivã e Tabeliã Pública Concursada (primeiro ofício que exerci);
Contadora, especializada na área pública
(profissão que exerci por muitos anos);
Assistente Social (formação que exerço no cotidiano);
e Advogada, profissão que exerço há mais de 20 (vinte) anos!...
Mas, confesso:
gosto mesmo é de escrever cordel...
estilo da literatura, que defendo e aplaudo, com fidelidade e ardor!
Sempre vivi singelamente!...
Sempre convivi com a rusticidade!...
Em síntese:
Sou completamente desprovida de charme.
Mas, penso, que para compensar a minha falta de glamour
(o que, em verdade, não me faz falta!),
Deus me deu intuição e sensibilidade, de sobra!...
Sentimentos que me fazem enxergar, na essência,
a nobreza dos valores internos!...
E que me induzem a falar contra o establishment, sem tabus!
E aqui, tiro o chapéu para a admirável pintora e poeta Luiza Caetano,
que, com perfeita maestria,
soube interpretar fielmente, a minha natural forma de ser!...




No meu peito, qual pássaro ferido,
adeja triste, um coração insone...
O meu olhar vagueia, entontecido!...
Do desalento, eu sou o próprio clone!


Só o outono, me acena... e há pouco, ouvi
um canto triste, despertando a mata...
ouvi também, a voz do bem-te-vi...
e o cantar dolente da cascata!...


Quem sabe, é “neura” do meu coração,
que julga ouvir o som de tristes cantos...
Ou, quem sabe, é a voz da ilusão,
a embalar os meus doridos prantos?!...


Pois, quanto mais procuro explicação
para o delírio que me rouba o sono,
mais me sinto a mercê da solidão...
Mais dói em mim, a dor do abandono!


(Dilma Damasceno)

TRISTE CORAÇÃO!...



Um poeta admirável,
considerado "Grande Poeta" e "Mestre",
escreveu um tocante poema, que, inicialmente,
intitulou de “Tristes mãos”!...
E que me inspirou a revelar um simbólico quadro,
em completa sintonia com o meu estado de espírito:




Pintas um quadro sombrio,
falando de "tristes mãos"...
mesmo assim, pintas com brio
e com sentimentos sãos!


Com os dons que Deus te deu,
pintas à luz da emoção,
"Tristes mãos"!... Enquanto eu,
pinto, triste... o coração!


(Dilma Damasceno)
Natal/RN - 01/05/2007